Desde uma fábrica inteira para a produção de chocolates finos a perfumes com aroma de chocolate. Bijouterias feitas com o fruto e derivados do cacau, exposição fotográfica e até lançamento mundial de chocolates produzidos com amêndoas da região. Se você precisa de dinheiro, é micro ou pequeno empreendedor, o Desenbahia está lá no estande do Sebrae para oferecer dinheiro em condições bem especiais. Enquanto isso, estudantes de enfermagem da Faculdade Madre Thaís (FMT), de Ilhéus, aferem a sua pressão para dizer se você pode ou não, pelo menos por um dia, “exagerar” na degustação dos produtos. Um dos “pacientes” foi o governador da Bahia, Jaques Wagner, durante a abertura do evento.
O III Festival do Chocolate da Bahia, que acontece em Ilhéus, sul do estado, até o próximo domingo (10) já comemora os bons resultados. Este ano, reúne o maior público desde que foi criado. E os expositores da Feira do Chocolate – um dos pontos altos do evento – não têm dúvida: o evento se profissionalizou. Parceiro da Feira do Chocolate desde a sua primeira edição, o empresário e jornalista Hans Schaeppi, do “nativo” Chocolate Caseiro Ilhéus, não tem dúvida. “O evento alcançou a maturidade que precisava e, agora, se consolida como um importante acontecimento do calendário turístico da cidade”, afirma.
Com mais de 100 anos de atuação na área de chocolates com uma produção de 90 mil toneladas/ ano, líder em coberturas e segunda empresa de chocolates do mercado, a Harald expõe pela primeira vez seus produtos no festival.
“Excelente”, resume o representante comercial da empresa na Bahia, Edínio Ferreira Silva. Entre os produtos expostos em Ilhéus, está um cacau fino denominado “Melken Unique”, que recentemente caiu no gosto dos maiores chocolatiers no mundo. Edínio destaca que o produto tem o gosto da região sul da Bahia. É um chocolate fino, produzido pela empresa, a partir de amêndoas selecionadas pelo cacauicultor João Tavares. Esta amêndoa foi eleita a “melhor do mundo”, no último Salão do Chocolate de Paris, ano passado.
Enquanto isso, em uma sala próxima, chefs de gastronomia da Harald que usam o chocolate como base do seu trabalho, passam a sua experiência em minicursos bastante concorridos – e elogiados – pelos participantes. Além da produção de alimentos à base de chocolate, os profissionais ensinam como tornar cada vez mais atrativos os produtos confeccionados. “A nossa chegada ao festival era uma exigência dos nossos clientes. Agora estamos aqui pra ficar”, afirma Edínio Silva.
Pequenos em alta – De Itacaré e parceira dos pequenos produtores de cacau da região, Marly Brito lembra que para participar da primeira feira chegou a Ilhéus “de carona”. Seus produtos, a base de cacau com café logo caiu no gosto de clientes vips de um condomínio de alto luxo da região, formado basicamente por artistas e empresários de sucesso. Ela então resolveu investir na diversificação dos produtos mas sem abrir mão da essência do seu projeto: tudo feito à base do trabalho artesanal. “Voltar a esta feira e ver o resultado do que foi plantado aqui, anos atrás, me emociona. Hoje já venho com o meu próprio carro”, brinca. Marly comanda três lojas da Rede Café Cacau e já tem até uma representante exclusiva dos seus produtos em Caxias do Sul (RS).
Enquanto curiosos e chocólatras passeiam pelos 50 estandes da feira, uma equipe de pesquisadores entrevista visitantes e expositores. Ao final do III Festival do Chocolate da Bahia, os organizadores terão uma visão mais ampla dos resultados obtidos este ano. Mas já dá para adiantar a “olho nu”: o festival é sucesso de público e de bons negócios. “Estou orgulhosa com o resultado do trabalho”, resumiu a chocolatier professora e consultora em gastronomia, Mirian Pinkowski. Ela é uma das palestrantes do evento e mora na Alemanha, onde faz sucesso usando na produção de chocolates especialmente destinados a clientes vips da Europa a excelente matéria-prima da região cacaueira da Bahia.
As boas notícias sobre o festival também já ultrapassam as fronteiras da Bahia. Jornalistas especializados em gastronomia e turismo, de veículos de comunicação que têm circulação nacional, cobrem o evento e conhecem de perto as transformações vivenciadas pela região, após um período de declínio por conta da vassoura-de-bruxa. Eles visitaram uma fazenda de cacau que, depois de abandonada por mais de 15 anos, está totalmente revitalizada e investindo no turismo rural. Conheceram também a Fazenda Riachuelo, localizada na rodovia Ilhéus-Uruçuca, onde é desenvolvido um dos mais audaciosos projetos de produção de amêndoas de cacau de alta qualidade na região e tem, em fase experimental, uma fábrica de chocolates finos.
Fazem parte da delegação, jornalistas de veículos da importância do Correio Brasiliense, A Tarde – caderno Gastronomia e Turismo, Diário de Minas, Jornal do Commércio, Revista Gula, Jornal de Turismo, Mercado e Eventos, Brasilitur, dentre outros. Uma equipe de jornalistas da Bahiatursa também acompanhou o Famtur e utilizará o material produzido em suas publicações especializadas que serão distribuídas por todo o mundo.