Quem esperava um plenário cheio para debater e ouvir explicações do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba) sobre a construção da nova ponte do pontal saiu desanimado na tarde de ontem (segunda, 20).
Os ilheenses, que clamam por uma nova ponte, não compareceram como esperado. O diretor geral do Derba, Saulo Pontes, não veio e enviou engenheiros, que explicaram apenas o básico e já conhecido.
Moradores que serão afetados com a obra, principalmente os da Avenida Litorânea Sul, queixaram-se da falta de diálogo para debater o melhor local e trajeto para as novas avenidas.
O consultor de turismo Ariel Figueroa lembrou que a nova ponte está tirando o problema do trânsito do Pontal e jogando no centro, onde há vários gargalos, principalmente no fim da Avenida Soares Lopes, nas mediações do Clube Social de Ilhéus e a entrada do Porto do Malhado. No local, não há condições de absorver o grande tráfego de carros que será ocasionado com a construção das novas vias.
Outro morador se mostrou preocupado com a parede de concreto tirando uma das vistas mais bonitas da Bahia, afirmando que não é contra a ponte, mas deu exemplo da construção do porto do Malhado, que na época se pensou apenas no presente, sem levar em conta o futuro e, hoje, o Porto vem trazendo sérios problemas ambientais, como a invasão da maré no bairro São Miguel e praia do Norte.
O vereador Luiz Carlos Escuta pediu ao vereador Ivo Evangelista que convidasse novamente todas as instituições envolvidas no projeto, juntamente com o vice-governador da Bahia e secretario estadual de Infraestrutura, Otto Alencar, para nova audiência.
Para este blog, que estava presente no evento, ficou claro que a obra da nova ponte será realizada com ou sem audiência pública.
A falta de público à audiência, amplamente divulgada, mostra que a maioria não se preocupa com os impactos da obra, mas querem a construção logo, sem medir as consequências. A construção é martelo batido e ponta virada.
Fico perplexo quando vejo projetos assim como a ponte do pontal. Enquanto as cidades em desenvolvimento retiram o fluxo de carros, desafogam seus centros urbanos urbanísticamente inviáveis por falta de projetos que abriguem a expansão da cidades, Ilhéus vai na contramão. Até quando a cidade vai suportar essa Torre de Babel? Existem espaços imensos ainda na cidade que permitem viabilizá-la e não constrangê-la mais ainda. Onde estão os nossos arquitetos? Cadê Ely Gomes com sua linha arquitetônica perfeita? Cadê Lolo? Cores? Entre tantos outros?
É hora de pensar SÉRIO, chega de divagaçoēs…