Baiano que é baiano fala porra a cada dez palavras. Na Bahia, porra é tudo, menos a porra improperiamente dita Brasil afora, ops, Brasil adentro.
Como diz o ‘embaixador’ Renato Fechine (um paraibano que abaianou de vez), porra na Bahia é adjetivo, substantivo, interjeição, adjunto adnominal e advérbio de modo, de tempo, de lugar, de intensidade… da porra toda.
“O cara mora na casa da porra” = mora longe. Também pode-se dizer: “Ele mora na casa da desgraça”, que é a mesma coisa, ou seja, mora longe pra caramba.
Baiano que é baiano aguenta comer pelo menos dois acarajés sem passar mal… Se você não sabe, acarajé é hambúrguer de baiano.
Baiano que é baiano chama as amigas de “ordinárias” e elas não se incomodam, não se sentem ofendidas – ao contrário, sabem que é um tratamento carinhoso.
Na Bahia, você olha para sua amiga (seja ela pretinha, branquela, loira ou morena) e a chama de “nigrinha” e ela acha o máximo.
Baiano não admite fulerage pu seu lado. Traduzindo: não gosta de cheiro mole. Oxente, não entendeu? Ah, você precisa se matricular num curso de baianês.
Pegar ou bater um rango e filar a bóia significam a mesma coisa, ou seja, almoçar, comer, matar quem tá te matando.
Baiano que é baiano não bebe. Come água… Fica em águas. “Ontem Fulano estava em água dura”.. Tradução: estava trêbado, pra lá de Maracangalha.