Até o final do mês, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), agência de fomento vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), está aceitando inscrições para o seu programa de bolsas 2005. Com o objetivo geral de contribuir para a formação de recursos humanos qualificados para o ensino, pesquisa e inovação dentro das diretrizes de desenvolvimento do estado, o programa vai conceder, neste exercício, 1,4 mil bolsas em dez modalidades, beneficiando desde o estudante do ensino médio de escolas públicas até pesquisas de pós-doutorado ou para pesquisadores visitantes. A verba global destinada à iniciativa, este ano, é de R$8 milhões, recursos oriundos do Tesouro estadual. A seleção dos projetos vai acontecer durante o mês de abril e os resultados devem ser publicados até o dia 2 de maio. Os candidatos convocados passam a receber a bolsa mensal já a partir de junho. O programa aceita projetos de qualquer área do conhecimento, como artes, filosofia, ciências exatas e humanas. Entre os requisitos, o bolsista não pode ter vínculo trabalhista nem receber bolsa de outro programa.

A população baiana tem até o dia 3 de abril para apresentar suas demandas e sugestões ao Orçamento do Governo do Estado para o ano que vem. O Orçamento Cidadão cria um canal de comunicação entre o Estado e a sociedade, permitindo a consulta direta da população ao esquema orçamentário. Além de apresentar propostas através do site www.orcamentocidadao.ba.gov.br, os baianos poderão participar através das agências do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), onde haverá computadores conectados à rede mundial de informações e funcionários preparados para oferecer orientação especializada e, ainda, pelo call center da Ouvidoria Geral (0800 284 0011).

A Associação Ilheense de Surf, elegeu na noite de 30 de março, por unanimidade a chapa única “ Evolution”, para o biênio 2005/2006, em solenidade realizada na Biblioteca Pública Municipal, localizada a praça Castro Alves, Av. Soares Lopes.
Tendo como presidente Juci Souza Santos, vice-presidente Clayton Alves Sodré, 1º secretário Newton Alves Sodré, 2º secretário Gustavo Adolfo Santana Pereira Júnior e tesoureiro Carlos Henrique da Silva Chaves. O conselho fiscal ficou composto de: presidente, Joaquim da Hora Neto, Darlan Paim Macedo, Davi Silva dos Santos, Irenildo Soares Galvão e Jonathas Moreira da Costa Filho.
Com a presença dos ex-presidentes , Paulo Campos, Dirceu Góes e Aderino França, atletas, empresários do setor e imprensa, foi aclamada e empossada a nova diretoria.
O novo presidente e os demais membros da chapa, apresentaram as ações para este ano, o circuito ilheense com três etapas e todas as categorias amadoras e mais o bodyboard, o circuito estudantil e ainda os circuitos das associações afiliadas, ainda ficou ratificado o fortalecimento do museu do surf , através de novas doações e ampliação do acervo.

Valderico lança amanhã o Banco da Mulher de Ilhéus;

Casa dos Artistas mostra “Auto-Falante” outra vez;

Etapa do Interbairros de Mountain Bike recebe apoio da Prefeitura de Ilhéus;

Terminal alfandegado fortalecerá indústrias instaladas em Ilhéus.

Valderico lança amanhã o Banco da Mulher de Ilhéus

O Banco da Mulher de Ilhéus será lançado oficialmente nesta quinta-feira (31) pelo prefeito Valderico Reis e a presidente da instituição no Estado, Angelina Garcez, em solenidade no Centro de Convenções Luiz Eduardo Magalhães, às 19h. A instituição vai oferecer financiamento a juros reduzidos, sem burocracia e com acompanhamento técnico. O objetivo é estimular a produção ou a expansão de negócios comandados pela mulher empreendedora, gerando renda e emprego, uma das principais prioridades da atual administração.

O crédito será concedido para negócios do mercado formal e informal e para capital fixo e de giro. Os limites de financiamento de projetos e o percentual de juros sobre os empréstimos serão definidos a partir do lançamento da instituição de crédito. A previsão é de que o banco esteja em pleno funcionamento no início de maio. Para isso, estão adiantadas as negociações entre os parceiros, o Banco da Mulher da Bahia, Sebrae, CDL, Associação Comercial, Grupo Predial (Centro de Convenções) e Banco do Brasil.

Os recursos serão destinados ao financiamento de diversos tipos de negócios, principalmente aqueles que compõem a economia popular. Além do crédito, o banco terá serviço de orientação técnica, pois o principal objetivo é que o empreendimento tenha sucesso e promova o fortalecimento da atividade econômica, sobretudo nas áreas mais carentes da cidade.

A solenidade de lançamento, na noite desta quinta-feira, será feita por grupos afros de Ilhéus. Logo depois, será proferida palestra da especialista em recursos humanos Maiza Neville, da Universidade Católica de Salvador (Ucsal). Ela vai abordar a evolução da mulher no mundo atual e as oportunidades abertas para as empreendedoras. No sul da Bahia, Ilhéus será a primeira cidade a contar com um Banco da Mulher. “Nossa luta é pelo desenvolvimento econômico e a inclusão social, e este banco tem essa proposta”, afirma o prefeito Valderico Reis. Segundo Valderico, desde os primeiros momentos o seu governo se uniu aos setores produtivos para buscar formas de desenvolver a economia local. “Para instalarmos a instituição no nosso município, estamos contando com a união de esforços de várias entidades e instituições. É dessa forma participativa que pretendemos governar Ilhéus”.

Projeto pioneiro

Organização não-governamental e sem fins lucrativos, o Banco da Mulher atua no sistema de parcerias com entidades e poder público. O objetivo é a promoção humana da mulher, facilitando o acesso ao crédito para criar ou expandir pequenos empreendimentos. A primeira similar da instituição foi criada em 1984, por um grupo de mulheres dirigentes da Associação Comercial do Rio de Janeiro. A inspiração partiu de outro modelo de instituição de crédito solidário, o chamado Banco do Povo.

Casa dos Artistas mostra “Auto-Falante” outra vez

“Auto-Falante”, monólogo encenado pelo ator Lucas de Oliveira e dirigido por Jorge Batista, será mostrado outra vez no Teatro Pedro Mattos, da Casa dos Artistas, nesta quinta-feira (31), e sexta-feira (1º), às 20h30min. O espaço fica na Rua Jorge Amado, centro histórico de Ilhéus. A peça fala do retorno de um jovem à sua cidade natal, onde recorda momentos do passado e destaca os fatos mais marcantes de sua vida. Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada).

Segundo o diretor do Teatro Popular de Ilhéus, Romualdo Lisboa, o estudante da rede pública pode assistir à peça gratuitamente, se pegar o ingresso (disponível até às 18 horas) na Casa dos Artistas, no dia da apresentação. Mas ele alerta para o fato de que o número de entradas promocionais é limitado. A gratuidade vale também para o espetáculo “A história engraçada e singela de Fuscão – O quase Capão – e o Cabo Eleitoral” que será reapresentado às 20h30min de sábado, pelo grupo do Teatro Popular de Ilhéus.

A peça foi escrita por Équio Reis e é dirigida pelo próprio diretor do Teatro, Romualdo Lisboa. O espetáculo começa na rua, com o uso de instrumentos musicais como bumbo e caixa. De acordo com Romualdo, “com ´Fuscão´, nosso teatro retoma os estudos sobre a cultura popular, que foram iniciados em outro espetáculo, e resgata aspectos importantes da cultura local e regional”.

Etapa do Interbairros de Mountain Bike recebe apoio da Prefeitura de Ilhéus

A Secretaria de Esporte e Cidadania de Ilhéus, em conjunto com a Associação Ilheense de Ciclismo, fez a entrega aos cinco primeiros atletas classificados na I Etapa do Interbairros de Mountain Bike de prêmios em dinheiro, troféus e medalhas. Realizada na tarde de domingo (27), no Morro de Pernambuco, bairro do Pontal, a etapa premiou ainda os atletas que conseguiram classificação do sexto ao décimo lugares com troféus personalizados. Os participantes representaram os bairros Nelson Costa, Nossa Senhora da Vitória, Ilhéus II e Jardim Savóia.

O presidente da associação, Agnaldo Batista, disse que o próximo passo da entidade é filiar os dez primeiros colocados na Federação Baiana de Ciclismo. Outra meta é trazer para Ilhéus uma etapa do campeonato baiano da categoria e também fundar no município uma escola de ciclismo, “a fim de formar atletas dessa modalidade esportiva, da mesma maneira que já existe em outras atividades esportivas”.

Com um público estimado em 2 mil pessoas, a Etapa do Interbairros de Mountain Bike foi prestigiada pelos secretários de Esporte e Cidadania, e de Saúde, respectivamente, Newton Lima e Vera Jasmineiro, representando o prefeito Valderico Reis, além de atletas de Ilhéus, Itabuna e de outros municípios da região sul do estado.

Terminal alfandegado fortalecerá indústrias instaladas em Ilhéus

A construção do terminal alfandegado será estratégica para a consolidação e expansão do Pólo de Informática de Ilhéus, na opinião de industriais, exportadores e do sindicato dos fabricantes. O terminal é uma antiga reivindicação das empresas e significará redução nos custos com importação de insumos e componentes para a indústria e geração de divisas para a economia local. A estimativa é de que o equipamento represente um aumento de receitas para os cofres municipais da ordem de R$ 6 milhões anuais.

A construção do terminal alfandegado começa até julho, segundo garantiu ao prefeito Valderico Reis o diretor da Infraero, Leur Lomanto, durante audiência em Brasília. Sem contar com um equipamento para desembaraçar as cargas, todo o volume de produtos importados pelas indústrias do Pólo de Informática de Ilhéus tem como entrada o aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador. Para as indústrias, isso representa um aumento nos custos de importação em torno de 3%. Somente no ano passado, a importação de acessórios e componentes pelas indústrias de eletroeletrônicos instaladas no município alcançou R$ 480 milhões.

O diretor da Menezes e Filhos Ltda., Libério Menezes, afirma que o terminal terá uma importância estratégica para a economia de Ilhéus. “Os negócios gerados a partir da implantação deste equipamento se equiparariam ao impacto da instalação de uma indústria”, diz. E explica: “as indústrias vão reduzir custos de importação, terão uma logística mais dinâmica e o município ganhará em receitas com tributos como IPI e ISS”, diz. “Sem o terminal, hoje essa receita fica toda em Salvador”, completa.

Somente o Pólo de Informática de Ilhéus teve um faturamento bruto de R$ 1,3 bilhão no ano passado. Cerca de 40% desse faturamento foi investido na aquisição e importação de insumos e componentes. “São 500 diferentes produtos importados por estas empresas”, afirma Libério Menezes. O diretor da unidade da Netgate em Ilhéus, Sílvio Comin, garante que o desembaraço de cargas em Ilhéus vai permitir maior agilidade às empresas. “Os produtos importados estarão dentro da fábrica em menor tempo”, diz.

Nos cálculos do sindicato dos fabricantes, esse tempo entre a importação dos componentes e a chegada na linha de produção vai reduzir-se em dez dias, a partir do momento em que o terminal estiver instalado aqui. “Num momento como este, isso significa um ganho de competitividade”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Eletroeletrônicos, Informática e Similares, Gentil Pires. Segundo ele, as empresas saem prejudicadas porque as mercadorias são pagas antecipadamente, “mas o produto tem esse atraso as porque as mercadorias entram por Salvador”.

RECEITAS

Sílvio Comin, da Netgate, diz que o Terminal vai corrigir uma injustiça: “Hoje a base produtiva de Ilhéus gera receitas para Salvador. Isso vai mudar, produzindo dividendos para o município e novos empregos com a instalação de empresas de despacho aduaneiro. Sílvio também destaca outro fator importante para as empresas, a possibilidade de um melhor acompanhamento da carga importada.

O consultor Libério Menezes destaca que essa conquista confirmada pelo prefeito Valderico Reis vai ter grande impacto na economia local e beneficiará não só Ilhéus, “como todas as empresas que trabalham com importação e exportação no Sul da Bahia”. De acordo com ele, a Bahia tem exportado a sua produção de frutas como o mamão e o mangustão por aeroportos de outros estados, como São Paulo e Espírito Santo. “A partir da instalação do terminal, esse transporte poderá ser feito via Ilhéus”, destaca.

Com o falecimento do procurador jurídico da Câmara Municipal de Ilhéus, José Fernandes de Araújo, na última quinta-feira (24), assume a função Gutemberg Pires Maciel formado em direito (1975), pela Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (FESPI), hoje Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

O novo procurador já acumulou cargos importantes ao longo de sua experiência profissional. Foi professor adjunto do curso de direito da FESPI no período de 1975 a 1978; presidente do Instituto de Cacau da Bahia (ICB) de 1991 a 1994; procurador Jurídico do Município de Una no período de 1977 a 1980 e do BNCC (Banco Nacional de Crédito Cooperativo) de 1981 a 1984; Superintendente da Cia. Telefônica Sul Bahiana de 1970 a 1975, entre outros.

Na área social ocupou a presidência do Lions Clube Pontal, do Clube dos Comerciários de Ilhéus, do Bancários Atlético Clube; foi diretor do Clube Social de Ilhéus e ocupou ainda vários cargos na Loja Maçônica Regeneração Sul Bahiano, entre outros.

Com o objetivo de conscientizar os criadores baianos sobre a importância de vacinar o rebanho contra a febre aftosa e conhecer os procedimentos corretos sobre defesa vegetal, a Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), numa ação articulada com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), promoveu terça-feira (29), em Itapé, um Dia de Campo. Na oportunidade, técnicos do órgão fizeram exposição de motivos sobre a prática de vacinação e apresentaram vídeo mostrando os cuidados especiais de como evitar a doença e as penalidades da legislação estadual de defesa sanitária animal e vegetal sobre quem não imunizar o rebanho.

Ao participar da solenidade de abertura, o presidente da Amurc e prefeito de Itapé, Pedro Jackson Brandão, disse que é de suma importância a orientação que a Adab vem dando aos criadores da região porque livra o rebanho de surto da doença. Lembrou o presidente da Amurc que sem a aplicação da vacina o criador fica impedido de transitar com seus animais e até mesmo fechar negócios na Bahia ou fora do estado. Acredita que essa parceria possa sempre acontecer pois dará resultados positivos para todos.

O diretor-geral da Adab, Luciano José da Costa Figueiredo, destacou que a campanha de vacinação contra a aftosa tem uma responsabilidade cada vez maior, “principalmente na estabilização e até no crescimento dos índices vacinais. Em 2001, quando o estado ganhou a certificação internacional de zona livre com aftosa, em vez de cruzar os braços, os órgãos públicos, os criadores e associações comunitárias se empenharam para que acontecesse um aumento nos índices vicinais. Dados coletados indicam que dos 230 mil propriedades na Bahia, identificaram que esse crescimento foi alcançado na última campanha de vacinação, em torno de 93% de índice vacinal. Mas isso não é tudo. A meta é chegar a 100% na questão da erradicação da febre aftosa”.

CRIADORES – O proprietário da fazenda Cruzeiro do Sul, Geraldo Matos – situada no quilômetro 9 da rodovia Itapé-Itaju do Colônia, onde aconteceu o Dia de Campo –, considerou de suma importância a ação da Adab em chamar a atenção dos criadores para vacinar seus rebanhos. Caso haja negligência nesse sentido, a Bahia poderá ter prejuízos incalculáveis e impedir de transitar seus animais. Já um dos maiores criadores de gado da raça “Tabapuã” no estado, Eustáquio Coelho Lima (Quincas), lembrou que todo o criador deve seguir o calendário de vacinação para poder participar de exposições de gado. “Conscientes desse problema, nos anos 40 nós já fazíamos esse tipo de ação bem antes de existir campanhas de vacinação na Bahia, quando época sequer existia isopor. As vacinas eram trazidas do Mato Grosso e Minas Gerais em caixões com gelo, pois sabíamos da necessidade. Por isso considero importante esse chamamento”.

A Prefeitura de Itapé e a Caixa Econômica Federal assinaram convênio que incentiva a população de baixa renda a abrir conta popular e conhecer os novos produtos da instituição na área social. A gerente da agência Itabuna, Ana Lopes, explica que depois de aberta a conta corrente a Caixa envia à residência do titular cartão magnético para que ele possa movimentar nas redes lotéricas e de auto-atendimento ou nas agências de todo o país.
A gerente diz que “após três meses movimentando a conta a pessoa ganha crédito especial no valor de 200 reais que é renovado sem nenhuma burocracia. A pontualidade no pagamento faz com que o cliente chegue a ter acesso a 600 reais por empréstimo. É um programa de microcrédito do governo federal e é dirigido à população denominada de “não bancalizada”. Não há necessidade de fazer nenhum depósito. Basta abrir a conta e num prazo máximo de 30 dias a Caixa faz o depósito.

Ana Lopes destaca que além dos programas sociais, em Itapé a Caixa aproveitou a oportunidade para mostrar também à população as linhas populares de financiamento para aquisição da casa própria e compra de materiais para construção para reforma de residências. Para isso, parte da sua estrutura formada por técnicos especializados atuou durante todo o dia na Câmara de Vereadores.

AJUDA O COMÉRCIO – Explica ainda a gerente que assim que uma parcela considerável da população se conscientize da importância dos programas que a Caixa oferece, “principalmente os de aquisição de materiais para a construção, o seu comércio varejista será ajudado. Operacionalizar, todo o lojista que atua nesse segmento será beneficiado e obviamente, aquecerão as vendas. É bom lembrar que cada um apresente comprovantes de renda e que não tenha nenhum tipo de restrição cadastral”.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decepcionou a população indígena brasileira ao manter uma política que priva o grupo das terras que precisa para sobreviver e estimula violações de direitos humanos, afirma um relatório da Anistia Internacional divulgado nesta quarta-feira.
“Os povos indígenas parecem estar bem abaixo na lista de prioridades de um governo que tenta equilibrar muitas demandas conflitantes. Como resultado, eles estão cada vez mais vulneráveis, num clima em que a ameaça da violência está sempre presente”, diz o documento intitulado Estrangeiros no nosso próprio país.

Segundo a Anistia, havia grandes esperanças de mudança com o início de um governo do PT, “um tradicional aliado do movimento indígena”, mas os avanços teriam sido relativamente pequenos.

Pouco antes de o presidente ser eleito, o partido divulgou o Compromisso com os Povos Indígenas do Brasil, no qual reconhecia erros cometidos no passado e prometia “respeito à autonomia aos povos indígenas, demarcação de suas terras e reorientação das políticas de governo para honrar esses compromissos”.

“Apesar dessas promessas e do forte apoio das populações indígenas do Brasil durante a campanha eleitoral, passada mais da metade do seu mandato, ainda não há sinal de que o governo federal desenvolveu uma estratégia coerente para tentar resolver os diversos problemas enfrentados pelos índios brasileiros”, afirma o relatório.

Risco de retrocesso

Segundo a Anistia, embora tenha reconhecido a necessidade da terra para a sobrevivência da cultura indígena, o governo Lula, assim como os que o precederam, não conseguiu garantir esse direito aos índios.

A entidade diz que o processo de demarcação e ratificação de territórios indígenas tem se dado de forma muito lenta. O grupo também critica a fiscalização das áreas já demarcadas.

“Em situações em que a terra deles está legalmente demarcada, muito freqüentemente o Estado fracassa em lhes fornecer proteção”, afirma o relatório.

A entidade não só diz que os avanços foram “insuficientes”, como alerta para o que considera ser uma tendência de reverter as conquistas asseguradas na Constituição de 1988, que reconheceu o direito inalienável dos índios brasileiros às “terras tradicionalmente ocupada por eles” e determinou a remarcação de todas elas até 1993.

“Os consideráveis avanços feitos após a Constituição de 1988 estão sob risco de serem perdidos. Um poderoso e cada vez mais vociferante lobby está pedindo uma redução dos seus direitos. Aliado com o fracasso de sucessivos governos ao implementar uma estratégia coerente para assegurar o reconhecimento e a proteção dos seus direitos, a segurança deles e até a sua sobrevivência estão em risco.”

Madereiras, militares, grileiros e proprietários de terra, que compraram territórios indígenas “de boa ou má fé”, estão entre os grupos que a Anistia cita como tendo interesses em “adiar ou interromper” a solução de disputas de terras indígenas.

De acordo com a Anistia, embora a Constituição tenha dado amparo legal à luta indígena e embora a área total de terras demarcadas tenha de fato aumentado, o número está muito distante da meta. “Dos 580 territórios indígenas reconhecidos no Brasil, 340 foram ratificados, enquanto 139 ainda aguardam identificação, o primeiro estágio no processo.”

O título do relatório, Estrangeiros no nosso próprio país, foi tirado da declaração de um líder indígena decepcionado com o governo Lula, que é reproduzida no documento.

“O governo adotou a mais perversa forma de tratamento diferenciado, pela qual a questão indígena foi assumida pela Câmara de Relações Internacionais e Defesa Nacional, que lida com questões relacionadas à soberania, o que significa que nós estamos sendo tratados como estrangeiros no nosso próprio país e mesmo como uma ameaça à soberania.”

A Anistia destaca grupos indígenas especialmente vulneráveis, como os guaranis-kaiowás que, embora sejam o grupo guarani mais populoso do país, proporcionalmente têm uma das menores áreas.

Segundo a Anistia, há cerca de 20 mil pessoas vivendo em áreas rurais densamente povoadas, assoladas por problemas como a desnutrição e o alcoolismo e onde a mortalidade infantil chega a 64 por mil (dados de 2004).

‘Suicídio’

“Nós índios já tomamos uma decisão. Se ocorrer uma expulsão nessas áreas em conflito, vamos cometer suicídio. Nós vamos cometer suicídio porque nós não significamos nada para ninguém”, disse um guarani-kaiowá aos pesquisadores da Anistia.

O relatório menciona diversos ataques contra índios, geralmente motivados por disputas de terra, e lembra, entre outros casos, o assassinato do cacique guarani-kaiowá Marcos Verón durante um protesto pacífico para reocupar um pequeno território indígena em Takuara, no Mato Grosso do Sul.

A Anistia destaca que, no caso de Verón, os suspeitos foram presos e estão respondendo a uma série de acusações, incluindo assassinato e tortura, mas a organização cobra a investigação e punição dos responsáveis por outros crimes envolvendo índios.

Para a Anistia, a impunidade é especialmente “persistente” no Brasil, quando os abusos envolvem índios.

A organização conclui o relatório dizendo que os índios brasileiros estão diante de um “futuro incerto” e cobrando estratégias específicas do governo brasileiro para protegê-los.

“É essencial que o governo federal cumpra as suas promessas eleitorais e siga as obrigações internacionais. Sem um forte compomisso estratégico das autoridades com a segurança dos índios, a solução de disputas de terra e a ratificação de reivindicações pendentes à terra, mais violência e retrocesso parecem inevitáveis”.

BBC BRASIL

O professor universitário Jean Wyllys é o primeiro intelectual a participar do Big Brother Brasil. Ele defende a tese de que lugar de intelectual é dentro da casa do BBB. ‘Os acadêmicos costumam torcer o nariz para os reality shows e as novelas porque têm preconceito contra a cultura popular’, afirma. ‘Estava justamente falando disso com os meus alunos quando eles disseram que eu era a cara do Big Brother. Insistiram tanto, que eu mandei uma fita’, recorda o baiano, que tem 30 anos, é solteiro e divide um apartamento alugado com uma irmã, em Salvador (BA).

Jean nasceu na pequena cidade de Alagoinhas, interior da Bahia, onde passou uma infância difícil. O pai, mecânico, bebia muito e não parava num emprego. Para ajudar na renda da mãe, lavadeira, Jean começou a trabalhar aos 10 anos, vendendo algodão-doce. Trabalhando de dia e estudando à tarde, conseguiu uma vaga num disputado colégio interno onde passou três anos que mudariam a sua vida. ‘Ficava seis meses longe de casa, mas tive uma formação intelectual sólida’, lembra. Aos 17 anos, mudou-se para Salvador onde trabalhou com informática e formou-se em jornalismo. Depois de concluir o mestrado em letras, decidiu abraçar a carreira de professor. ‘Participar do BBB é a chance que eu precisava para decolar como escritor’, diz o baiano, que tem um livro de contos já publicado.

Especialista em cultura brasileira e baiana, Jean é o primeiro professor universitário a participar do BBB, mas está longe do estereótipo do intelectual. Extrovertido, freqüenta shows de drag queens e transformistas, circula por terreiros de candomblé, adora novela e tem um sol e uma estrela tatuadas nas costas. ‘Simbolizam o lado masculino e o feminino que todos nós possuímos’, filosofa. O ex-coroinha hoje segue ensinamentos de várias religiões e diz que não bebe e nem fuma. ‘Quero muito curtir essa experiência maluca’, diz o participante.

Jean diz que tem o sex appeal de um couve

Novo milionário do Brasil, o professor universitário e vencedor da quinta edição do Big Brother Brasil, Jean Wyllys ainda não sabe o que fará com o prêmio inédito de 1 milhão de reais. Questionado ao entrar na casa, Jean disse que iria produzir uma peça teatral, comprar um apartamento e investir na reedição de seu primeiro livro. Após deixar a casa, em entrevista coletiva ele se mostra indeciso: ‘Ainda não pensei nisso. Sou desorientado em termos de grana. Quero investir em coisas belas, em cultura, em arte, shows. Fazer algo de arte e educação juntos. Isso tudo voltado para gente humilde, honesta e que precisa’.

Como não poderia deixar de ser, Jean foi questionado se posaria nu. Surpreso com a pergunta, ele responde: ‘Eu não tenho o menor sex appeal. Fico feliz de ter sido lembrado mas eu tenho o sex appeal de um couve!’.

O professor ainda não sabe se voltará a dar aulas, e diz que nem chegou a pedir demissão da Faculdades Jorge Amado, onde leciona, mas afirma que gosta muito de ensinar e que sente saudades dos alunos. Quanto ao lado escritor, diz que as experiência no BBB, assim como as pessoas que conheceu por lá podem virar boas histórias. Será que vem aí o primeiro livro nacional de um ex-bbb?

GLOBO

A segunda versão do anteprojeto de reforma universitária, a ser divulgada pelo Ministério da Educação até o dia 15, trará novas propostas para os sistemas estaduais e a possibilidade de formação de consórcios entre universidades federais e estaduais para criar novas instituições, com gestão e financiamento compartilhados.
Sem divulgar detalhes, o ministro Tarso Genro (Educação) citou o exemplo do Ceará, onde há três universidades estaduais e uma federal. “Poderíamos pegar uma estadual e a federal para constituir um novo tipo de instituição”, disse, pouco antes de receber sugestões do Fórum Nacional da Livre Iniciativa na Educação.

O grupo, que reúne instituições particulares de ensino superior, quer que o ministério divida o anteprojeto em ao menos três propostas –uma para as universidades federais, a segunda para a rede privada, e a terceira para ajustar o sistema federal aos estaduais.

Tarso já descartou essa possibilidade. “Será uma proposta de Estado, não uma colcha de retalhos com propostas que se contrapõem.” O prazo para a entrega de sugestões termina hoje. O segundo texto trará duas ou três versões dos artigos mais polêmicos para selecionar o que tiver mais consenso. Até 10 de junho o ministro espera ter o texto final para levar à Casa Civil e, então, ao Congresso.

Paulo Antônio Gomes Cardim, membro do Fórum Nacional da Livre Iniciativa na Educação, cobrou do ministério mais participação das instituições na finalização do texto. Segundo ele, o MEC não incorporou as sugestões já feitas por diversos setores.

LUCIANA CONSTANTINO
Folha de S. Paulo

HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA ISABEL VAI AMANHECER FECHADO

Foi hoje, 29, que o presidente da Câmara de Vereadores de Ilhéus, Raymundo Veloso Silva, da tribuna, conclamou os demais vereadores no sentido de exigir da secretária municipal de saúde, Vera Jasmineiro e do próprio prefeito, Valderico Reis, ações no sentido de minimizar os efeitos da crise que se abateu sobre a saúde na cidade. O que motivou o pronunciamento de Veloso foi a notícia de que, amanhã, 30, o hospital e Maternidade Santa Isabel será fechado por tempo indeterminado. Questões salariais e condições de trabalho são as principais razões do fechamento.

No seu pronunciamento, o presidente deixou claro que, o Executivo municipal não está dando a atenção devida ao problema. Tanto é que Veloso listou uma série de situações chegadas ao seu conhecimento e que ratificam a decisão do fechamento daquele hospital e maternidade. No pronunciamento, Veloso disse ser de fundamental importância que os vereadores, principalmente aqueles que já discutiram a situação com o prefeito de Ilhéus, voltem a se manifestar porque, como está, fica difícil a vida da comunidade. Disse, ainda, que se persistir o impasse, aqueles que dependerem de um atendimento emergencial virá a falecer.

Para amanhã, 30, está agendada a sessão especial para discutir a segurança pública na cidade. Comenta-se que o secretário de estado, general Edson de Sá Rocha não estará presente. Compromissos agendados anteriormente impedirão a sua presença em Ilhéus …

R2CPRESS
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

A farinha de trigo será reajustada em 20% a partir do mês de abril e vai provocar aumentos diferenciados nos preços de pães, massas e biscoitos em todo o país. A informação é do presidente da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Francisco Samuel Hosken.
Segundo ele, o trigo representa até 35% do custo do pãozinho e chega a superar 50% do custo das massas. No país, existem 170 moinhos que fornecem farinha de trigo para as indústrias panificadoras, de massas e biscoitos. Algumas padarias já estimam o reajuste no preço do pão francês em mais de 10%.

Para justificar o reajuste, o setor aponta o aumento dos custos no primeiro trimestre deste ano. O preço do trigo importado da Argentina, usado pelos moinhos brasileiros na fabricação da farinha, subiu 15% em dólar, segundo o presidente da Abitrigo.

A tonelada passou de US$ 122 no fim de 2004 para US$ 140 neste mês. No ano passado, a Argentina respondeu por 95% das importações brasileiras de trigo. Cerca de 50% do trigo consumido pelo Brasil vem do exterior.

Segundo a associação, o país importou, no ano passado, US$ 730 milhões ou 4,8 milhões de toneladas de trigo.

Segundo Hosken, a redução dos estoques argentinos de trigo é o principal motivo para o aumento do preço do grão. Ele explica que, no ano passado, o país vizinho produziu mais de 16 milhões de toneladas de trigo e consumiu 5,5 milhões.

“O excedente foi exportado e derrubou os preços no final do ano passado. Mas agora, com os estoques menores, os preços voltaram a subir, aproximando-se do seu valor histórico e deve oscilar neste ano entre US$ 140 e US$ 150”, disse Hosken.

Para evitar um repasse integral do aumento das matérias-primas para a cadeia do trigo, ele diz que o governo federal poderia isentar o setor da cobrança de tributos como o PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), benefício concedido no ano passado para produtos da cesta básica como arroz, feijão, farinha de mandioca.

“Produzimos o pãozinho nosso de cada dia, que é o alimento mais importante da mesa do brasileiro. Mas há a barreira do Ministério da Fazenda, que não abre mão dessa receita de tributos”, afirmou Hosken.

SÉRGIO RIPARDO
Folha Online

Um erro de preenchimento do formulário de inscrição do vestibular resultou no indeferimento da matrícula do estudante Jorge Amado Neto, neto do escritor baiano, aprovado em 21º lugar para o curso de filosofia. O processo julgado pelo Juiz Saulo José dizia equivocadamente que o estudante era proveniente de escola pública. Quando detectou o problema, a Câmara de Graduação da universidade indeferiu o pedido e recusou a matrícula do estudante, que seria aprovado mesmo fora do sistema de cotas, já que o curso pretendido disponibiliza 27 vagas para estudantes não-cotistas. Jorge Amado Neto, filho de João Jorge Amado, primogênito do escritor, entrou com mandado de segurança alegando que o formulário foi preenchido de forma errada e entrou com recurso administrativo na Ufba solicitando o direito de matrícula, já que ele não poderá se matricular na vaga de cotista.

Segundo a procuradora jurídica da Ufba, Ana Guiomar Macedo, o caso do estudante é diferente dos demais e deverá ter uma solução nos próximos dias. Ontem, a procuradora da universidade entrou com um ofício de informações contra todos os 24 processos impetrados até ontem na Justiça Federal. Desses, seis já tiveram liminares favoráveis à matrícula dos estudantes. No entanto, segundo ela, as liminares não são claras em várias questões que cercam a decisão. Uma delas é a ausência da determinação de que estudantes aprovados devem sair para a matrícula dos estudantes que conseguiram liminares. As determinações também não fazem referência ao semestre em que o aluno deve ser matriculado o que, segundo a jurista, são falhas que precisam ser reparadas.

Fonte: Correio da Bahia

O livro “Responsabilidade Civil dos Provedores de Serviços de Internet” fala sobre questões legais na web, canal que facilita a comunicação entre pessoas e também a prática de atos ilícitos.
No conteúdo, está a definição do papel dos provedores de diversos tipos de serviço –backbone, acesso, correio eletrônico, hospedagem e conteúdo–, deveres de suas atividades, responsabilidade de seus atos e também responsabilidade da prática de atos ilícitos realizados por terceiros.

“O livro não fala de problemas relativos a conflitos sobre nomes de domínio, assinaturas digitais e autenticidade de documentos eletrônicos, nem questões ligadas ao comércio eletrônico, pois esses temas merecem trabalho de pesquisa autônomo”, afirma o autor Marcel Leonardi.

A publicação da editora especializada em livros jurídicos Juarez de Oliveira tem preço sugerido de R$ 69.

Folha Online

Biblioteca vai atender comunidade de Olivença;

Fumacê avança no combate à dengue nos bairros de Ilhéus;

Ilhéus apresenta roteiros para operadoras de turismo do país;

Exposição reúne peças raras na Galeria do Teatro Municipal;

Varig dará 60% de desconto nas passagens para Ilhéus.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu na noite de segunda-feira o martelo em relação à proposta de emenda constitucional que prevê a criação do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), o novo fundo para financiar a educação básica.
Lula aprovou o aumento gradual da vinculação dos impostos da União para o setor, previstos na Constituição em 18%, para 22,5%. A proposta visa ampliar a aplicação de recursos da União no ensino básico para R$ 4,3 bilhões.

A discussão agora, a ser feita entre os ministérios da Fazenda, da Educação e Casa Civil, é em quanto tempo esse valor seria agregado ao total investido por Estados e municípios. O MEC propõe quatro anos. Alguns querem em cinco anos.

Segundo o ministro da Educação, Tarso Genro, Lula deu prazo de dez dias para que os ministérios da Educação e da Fazenda e a Casa Civil apresentem a redação final do projeto de emenda constitucional e remetam à sua apreciação.

Folha Online

Como a doença causada no cacau pelo fungo Crinipellis perniciosa é conhecida como vassoura-de-bruxa, a metáfora para a descoberta recente de um grupo paulista-baiano é irresistível: o parasita aprendeu a voltar o feitiço contra a feiticeira. Quando a planta decide matar de inanição o ramo infectado, o fungo saca mais rápido e acelera a morte, antes que seus nutrientes sejam carregados para longe pelo inimigo.
De posse desse conhecimento sobre as interações básicas entre fungo e cacau, a rede de laboratórios coordenada por Unicamp e Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), na Bahia, quer chegar a alguma forma de controle sobre a doença. Por exemplo, a obtenção de plantas cacaueiras resistentes ao fungo transgênicas, ou quem sabe por seleção apoiada com biologia molecular.

Em um quarto de século, a vassoura-de-bruxa cortou de 400 mil para 100 mil toneladas anuais a produção da matéria-prima do chocolate. O trabalho que pode dar início a um combate mais eficaz, um dia, está na edição deste mês do periódico especializado “Journal of Experimental Botany”.

“O fungo interage fortemente com a planta por meio de mecanismos moleculares complexos”, conta Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, 40, da Unicamp. “Esse é um ponto muito importante e diferencia a doença daquelas causadas por agentes oportunistas, que, digamos assim, não “entendem” direito o hospedeiro, mas conseguem atacá-lo.”

Corrida armamentista

Na realidade, o que o grupo paulista-baiano esmiuçou foi uma corrida armamentista –ou melhor, fetichista– entre fungo (C. perniciosa) e planta (Theobroma cacao). Ao infectar o vegetal, o parasita costuma induzir a formação de um ramo esgalhado conhecido como vassoura verde. É uma anomalia na planta, pois tem muito tecido em crescimento e é cheio de nutrientes –hipertrófico, no dizer dos biólogos.

Nesse estágio da doença, o fungo vive uma fase paradoxalmente “dormente” (ou biotrófica), em que quase não se multiplica. Quem cresce, para seu benefício futuro, é a vassoura verde. Esse crescimento anormal, aparentemente, resulta de desequilíbrio causado pela presença do fungo e do estresse que ele provoca.

Numa dada altura, a planta parece se dar conta da ameaça e começa a se preparar para dar o troco. A vassoura verde começa a converter os seus aminoácidos (componentes fundamentais de proteínas) em asparagina, também ela um aminoácido.

Só que, por ser mais solúvel, a asparagina serve como transportador de nitrogênio, um nutriente crucial, para outras partes do cacaueiro. O vegetal planeja matar de inanição a vassoura verde, recuperando para as suas partes sadias os nutrientes que haviam sido acumulados na vassoura.

“Ela [a planta] está considerando que não vale a pena manter nutriente naquele ramo, porque ele está perdido”, ilustra Pereira. “Isso é também coerente com a degradação de clorofila. São sinais fortíssimos de que a planta entrou em apoptose [morte celular programada], e isso foi efetivamente demonstrado agora no trabalho do grupo coordenado por Júlio Cascardo, da Uesc.”

Contra-ataque

O truque da asparagina, porém, não passa despercebido diante do C. perniciosa. Ele saca mais rápido, alterna para sua fase dita necrotrófica e deflagra a produção de uma proteína que tem a capacidade de acelerar a necrose da vassoura verde. Com a morte e o ressecamento acelerado do ramo, agora transformado na famigerada vassoura-de-bruxa, a planta não consegue levar embora todos os nutrientes a tempo.

O fungo se encontra agora instalado num ramo morto e entupido de substâncias nutritivas. Pode crescer e se multiplicar. Mas ainda espera uma sucessão alternada de dias de chuva e sol para desabrochar do tecido vegetal na forma de cogumelos. É como se eles soubessem que só vale a pena eclodir para lançar seus esporos em volta quando outros pés de cacau estiverem muitos ramos novos, candidatos a virar vassouras verdes.

Gene da necrose

Um dos feitos do grupo foi ter localizado o gene que, no fungo, responde pela proteína aceleradora da necrose da planta. Ele já foi isolado e a função, comprovada. Sua seqüência é muito similar à de outro já descrito em patógenos de planta. Outra façanha foi reproduzir a fase biotrófica do fungo no laboratório, obtida pelo estudante de pós-doutorado americano Lyndel Meinhard. Pereira não diz qual foi o ingrediente essencial do meio de cultura.

Ele é o autor principal do artigo no “Journal of Experimental Botany”, mas o grosso do trabalho foi feito para a tese de doutorado de Leandra Scarpari, sua aluna no Departamento de Genética e Evolução do Instituto de Biociências da Unicamp. Scarpari foi co-orientada por Paulo Mazzafera, conhecido por ter descrito plantas de café naturalmente sem cafeína num trabalho publicado no periódico “Nature” em 2004.

MARCELO LEITE
Folha de S.Paulo

O Movimento pela Ética na Política é um grupo sem fins lucrativos, composto por cidadãs e cidadãos voluntários que têm por objetivo geral contribuir para melhorar a prática da política. O MEP vem acompanhando a Câmara Municipal e Prefeitura de Ilhéus com o objetivo de cobrar melhor desempenho de todos os vereadores e do prefeito, avaliando com base em critérios, todas as suas ações.
Agindo assim, o MEP acredita estar colaborando para que os vereadores e o prefeito exerçam todas as suas funções de forma transparente e democrática, para toda a população.
www.eticailheus.com.br

Começa no próximo dia 25 a Campanha de Vacinação do Idoso de 2005. Os maiores de 60 anos terão até o dia 6 de maio para procurar os postos de saúde dos 417 municípios do estado e os postos volantes que serão disponibilizados durante a campanha para se imunizar contra a gripe.
Neste período, a rede estadual de saúde também estará disponibilizando vacinas contra pneumococos, difteria e tétano para a população. As vacinas terão distribuição e aplicação seletiva, de acordo com a necessidade do paciente.
A expectativa é de que 1,2 milhão de pessoas sejam vacinadas neste período. A Campanha de Vacinação do Idoso é coordenada pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) e está no sexto ano consecutivo de realização. Durante a campanha, os postos de saúde estarão funcionando em horário normal, das 8 às 17h.

O número de pessoas mortas pelo vírus Marburg, similar ao Ebola, subiu para 122 em Angola, com a morte de um bebê na cidade de Uíge, informou o governo.
O vírus – que causa febre, vômitos e sangramento – se manifestou primeiramente na província Uige, ao norte do país, em outubro do ano passado, e agora se espalha pela capital Luanda.
Um ministro da Saúde que visitou Uige descreveu a situação como “crítica”.
O número de pessoas hospitalizadas com o vírus também aumentou de cinco para 132, incluindo um cidadão português e uma menina de 12 anos em Luanda.
A epidemia já se aproxima da mais fatal registrada até hoje, quando 123 pessoas morreram na República Democrática do Congo, entre 1998 e 2000.

‘Medidas enérgicas’

A Netcare Travel Clinic, baseada na África do Sul, disse que as pessoas devem evitar viajar para Angola por pelo menos uma semana.

O porta-voz da entidade, Andrew Jamieson, disse à agência de notícias AFP que muitas pessoas, incluindo expatriados, estavam pensando em retirar suas famílias do país.

Autoridades de agências de ajuda humanitária e da Organização das Nações Unidas, a ONU, estão trabalhando com o governo angolano para conter o vírus.

O vice-ministro da Saúde Jose Van-Dumen disse à AFP que a situação é crítica.

“Isso é extremamente sério – são necessárias medidas preventivas enérgicas para conter o alastramento da doença de Marburg”, disse ele.

Uma mulher grávida foi a primeira vítima do vírus na província Cabinda, ao norte de Angola, para onde foi depois de sair de Uige.

O vírus foi identificado em 1967 por funcionários de um laboratório na Europa, que realizavam trabalhos com macacos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a OMS, três quartos das vítimas do vírus têm sido crianças.

A União Européia anunciou na semana passada que vai doar US$ 650 mil (o equivalente a R$ 1,7 milhão) para combater a doença.

Os primeiros sintomas do Marburg são diarréia, dor de estômago, náusea e vômito. Enquanto se desenvolve, os pacientes podem sofrer dores no peito, graves sangramentos internos e, eventualmente, morrer.

BBC BRASIL