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Tributo a um gênio vivo

Republicando um texto atribuído a Dualufer Duarte que foi postado aqui no IlhéusAmado no dia 11 de fevereiro de 2009.

NÃO VOU À PASSÁRGADA VER O MEU AMIGO REI, PORQUE AQUI TENHO UM AMIGO GÊNIO.

Ele passa despercebido pela multidão, e nem taí nem vem chegando. Cidadão pacato de estatura mediana e semblante de um ser normal. E lá se vai, pelas ruas de Ilhéus, sempre louco, porque é um gênio! Que essa sua loucura nunca regrida a medianidade dos normais, porque os normais só fazem o que padrão, o trivial. São repetitivos, enfadonhos e limitados.

Os seus cabelos e barba embranquecidos, nem de longe sinalizam a proximidade da velhice, mesmo porque, o louco não precisa do tempo, não se embevece com as vaidades da juventude, nem se preocupa com os limites que lhe impõe o ocaso da idade. Ele será sempre um jovem e precisa de tempo, do qual retira todo o proveito, porque até no lazer ele estará Loucurando (permita-nos a expressão). O intenso brilho do seu olhar parece transpor as eras vindouras e como num sonho nos projeta para um futuro e lá, naquele lugar chamado não sei onde, fincamos os nossos pés e vivemos cada instante daquilo que ele nos transmite, como se fosse deveras real, e a gente se sente gente importante, porque ele nos amiúda com tanta certeza a sua exposição, que diante daquele mundo que ainda não vimos e nem sabemos se vê-lo-emos, tudo existe, mesmo sendo distante e desconhecido. É gostoso viajar na loucura desse meu amigo gênio. Por que ir a Passárgada para ver um amigo rei? O rei sabe do passado, governa o presente e pensa no futuro. O meu amigo gênio já está morando no futuro. Quando quer falar comigo, ele retroage o tempo para chegar ao meu presente.

Esse meu amigo parece normal, só quando calado ou dormindo, porque falando ou trabalhando ele comete inúmeras das suas loucuras. Você já viu alguém cometer loucuras no exercício da sua profissão e ser respeitado mundialmente, por isso? O que você acha de Thomas Edison? de Albert Esinstein? De Isaac Newton e tantos outros da mesma envergadura? Pois bem, esse amigo louco não é americano, não é alemão, não inglês. Ele é ilheense, nós o vemos todos os dias, sorrindo, conversando, sempre alegre que não nos damos conta da sua importância, porquanto, na sua vida recusou diversas propostas de assegurar-se financeiramente em outros chãos, em outras terras, lá pelas bandas do estrangeiro, pelo simples fato de ser louco pela sua Pátria Amada Brasil. Nenhum ser normal em pleno gozo das suas faculdades mentais, não as desperdiçaria. Por ser determinadamente louco na defesa do seu ideal, por algumas vezes sofreu represálias no exercício da sua profissão, a ponto de já ter sido afastado do seu emprego, obrigando-o a dispor de meios outros honestos para manter o seu padrão de vida, digno, com a sua família. Pela consciência da importância do seu trabalho para a humanidade, sempre se dedicou por inteiro, enfrentando e superando obstáculos; sofrendo pressões de grupos de interesses vis e particulares e, muitas vezes assistiu projetos seus serem usados por usurpadores da capacidade alheia, como se deles fossem e sem mágoas, nem rancores, respondeu imediatamente, mediante apresentação de outros novos projetos de importância igual ou maior.

Esse meu amigo louco já suportou tanta dor, tanta decepção que só mesmo os loucos/gênios poderiam suporta-las com a maior das simplicidades. Aliás, a genialidade dele é superada apenas pela sua humildade, o que o torna mais gênio ainda, na arte de viver como gente, para deixar marcada a sua passagem, quando cumprida for a sua missão como vivente filho de Deus. Eis, a razão, talvez, de nós o vermos sem nota-lo, de com ele conversarmos tão proximamente e nem percebermos que estamos diante de uma autoridade, para a qual não se exige, nem se presta continência, nem se trata por Meritíssimo ou, Excelência, nem Reverendíssima, ou Alteza, nem mesmo Doutor, porque embora sendo tudo isso, ele nunca exigiu que lhe fosse dispensado qualquer um desses tratamentos. Todos o chama de você. Quando muito, de senhor.

Confesso-me um ingrato, porque somente agora, depois de tanto tempo da sua renhida luta, eu me conscientizei da necessidade de, por uma questão de reconhecimento, respeito e Justiça, reportar-me ao seu valioso trabalho, tão destacado e conhecido por outros chãos, por outras terras desse meu Brasil e do estrangeiro, cujo trabalho foi motivo de uma honrosa homenagem proferida pelo Senador Walmir Amaral, que tão bem o incluiu como uma das maiores autoridades em pesquisas que envolvem o bio combustível, enquanto nós, baianos, ilheenses, principalmente, perdemos a oportunidade de homenageá-lo primeiro.

A humanidade depende do seu trabalho, porque sem energia o mundo não será movido. A que dispomos tão logo escasseará e, se não pela consciência, mas pela necessidade, um dia o mundo respeitará e reconhecerá, pelo seu trabalho, o ilheense HERNANI DE SÁ FILHO.

Se fizermos um levantamento das homenagens prestadas pela nossa Câmara Municipal a uma dezena de figuras políticas que nunca fizeram nada pelo nosso Município, concluiremos que o nosso débito é impagável em relação ao nosso Louco/Gênio/Cientista Hernani Sá. Isso é uma cobrança.

Assim, justifico ser desnecessária a minha ida a Passárgada para ver um amigo rei que nasceu em outra terra, que terei de reverenciá-lo, curvar-me à sua presença. Eu fico por aqui, lado a lado ao meu amigo que se contenta com o meu abraço, enquanto silente, lho ouço e aprendo as suas loucuras, cheio de orgulho de sempre estar bem perto de um gênio e com a vantagem de, se não acompanhados de belas morenas, em razão da nossa intransigente fidelidade e lealdade matrimonial, mas, sem dispensar as “loiras” gélidas e saborosas, ali, na “Barrakitika”, escritório de lazer de figuras importantes da nossa cidade, quais, nossos amigos Sandro Rosa, Aloysio Filho e outros, onde nos permite abertamente, “loucurar”.

E, para me sentir cada vez mais perto da sua genialidade, permita-me um lugar cativo na carona das suas loucuras.

Agradeço à Deus por ter-nos dado Hernani Sá Filho como conterrâneo, como amigo, como irmão.

Dualufer Duarte

UM ANO PARA REALIZAR!

Em 10 de agosto de 2012 Jorge Leal Amado de Faria completaria 100 anos de vida, e mais que uma data para ser lembrada por aqui, é uma data para ser comemorada e explorada.

Nascido em local ainda enigmático (uns dizem que foi na fazenda Auricídia no atual município de Itajuípe, que há época era o distrito de Pirangy, pertencente a Ilhéus, mas foi registrado em   Ferradas, distrito de Itabuna, dois anos após a emancipação política de Tabocas de Ilhéus), veio morar a beira mar ainda novo , após uma epidemia de varíola sua família escolheu o ar puro. Formou-se no Rio de Janeiro em Direito e atual como jornalista após entrar para o Partidão (PCB). Publicou 49 livros, sendo sua maioria adaptadas para o cinema, televisão ou teatro, traduzidos em 55 países e em 49 idiomas, tendo sua obra reconhecida com o Prêmio Camões em 1994, o Nobel da língua portuguesa, dentre muitos outros fora e dentro do Brasil.

Em 1945 foi eleito Deputado Federal, casado com a também escritora Zélia Gattai, o que rendeu três filhos: João Jorge, Paloma e Eulália.

Ocupou a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono era José de Alencar.

Faleceu em 06 de agosto de 2001 aos 88 anos, deixando um legado inigualável na cultura nacional e mundial, imortalizando uma região, um estado e um país como nenhum outro escritor na história mundial.

Ilhéus, que foi à casa do escritor e o inspirou para o seu primeiro livro (O País do Carnaval, publicado em 1930) dentre tantos outros, deve começar a trabalhar para realizar uma grande e inesquecível homenagem ao amado Jorge, com uma programação cultural e não só isso, poderíamos inaugurar uma praça temática que levasse seu nome e que teria uma estátua em tamanho real do escritor. Com isso incrementar o turismo cultural promovendo a “Semana Centenária Amadiana”, tornando a cidade visível perante a mídia nacional e internacional.

Família Lago em festa

D. Darcy, progenitora da família Lago, comemorou com familiares e amigos seus 69 anos oferecendo um delicioso caruru em sua residência no bairro Henani Sá (URBIS), dia 22 de junho. Os filhos Marcelo, Fábio e DJ Rogério dividem a foto com a radiante aniversariante. Saudades do irmão Jorginho, que deixou o plano físico a alguns anos, nos deixando mais tristes.

Palacete do coronel Ramiro de Castro

 

Palacete do Coronel Ramiro Ilderfonso de Araujo Castro, importante fazendeiro de cacau nas décadas de 1910, 1920, 1930 e 1940. O Coronel Ramiro Castro, como era conhecido, mandou construir um bonito palacete imitando o Palácio do Catete localizado no Rio de Janeiro, sede do Governo Federal do Brasil até 21 de abril de 1960 quando a nova Capital Federal, BRASÍLIA, foi inaugurada.
Na década de 1970 o prédio ficou em ruínas e foi feito uma reforma geral descaracterizando a fachada do prédio. Há mais de 20 anos funcionava no prédio o colégio DIOCESANO, atualmente funciona o colégio IMPÁCTO. (Foto: 11-06-2011).

Texto e fotos: José Leite de Souza
jleitesouza@hotmail.com

O empresário José Leite tem uma coluna semanal no www.r2cpress.com.br