Produtores de Chocolates Finos divulgam marcas no Congresso Brasileiro do Cacau

Com apoio do Sebrae, evento discute inovação tecnológica e sustentabilidade

 

Empresários e produtores da agroindústria do Chocolate Fino do sul da Bahia participam de mais um missão comercial que tem apoio da Unidade Regional do Sebrae em Ilhéus. Dessa vez, o grupo montou estands para divulgação de marcas, degustação e comercialização de produtos no III Congresso Brasileiro do Cacau que debate o tema Inovação Tecnológica e Sustentabilidade. Realizado pela Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac), o evento acontece de 11 a 14 de novembro no auditório do Centro de Convenções de Ilhéus.

A coordenadora da Unidade Regional do Sebrae, Claudiana Figueiredo, afirma que “a participação  dos produtores em eventos dessa natureza é importante porque amplia o desenvolvimento econômico local, através da verticalização da cadeia produtiva do cacau. “A ação consolida também o segmento conhecido como Turismo de Experiência, já que muitos visitantes são atraídos pela possibilidade de conhecer a produção e o sabor do chocolate fino, na região produtora”, destaca.

Beneficiada pelo projeto do Sebrae para o chocolate fino, a produtora Diva Fátima Pol Landenberger, da agroindústria Chocolate de Itacaré produz barras com até 10 formulações, variando de  25% a 100% de cacau. A marca obteve sucesso em eventos de divulgação e rodada de negócios fora do estado, como em Brasília, em 2011, onde chegou a vender uma tonelada do produto. Depois disso, já participou do Salão Internacional do Chocolate, em Salvador e do Salão do Chocolate, em Paris. “Nós viemos a Ilhéus para promover degustações e vendas, mas também para aprender mais sobre sustentabilidade, produtividade e qualidade do chocolate”, revela.

Segundo o gestor do projeto, Eduardo Andrade, “a contribuição do Sebrae para o desenvolvimento de ações de tecnologia, gestão dos empreendimentos e prospecção de mercados, contempla, além das rodadas de negócios e missões técnicas pelo Brasil e exterior, a elaboração de planejamentos estratégicos que possibilitem ao produtor alcançar sua meta no mercado”.

Este é o próximo passo da Cooperativa Agroindustrial de Cacau e Chocolate (CooperAPC), criada há dois anos, hoje com 50 produtores associados e trabalhando para agregar valor ao cacau in natura produzido no sul da Bahia através da agroindústria do chocolate fino. Provisoriamente o grupo utiliza uma unidade industrial instalada na sede regional da Ceplac. Mas a proposta é implantar a própria indústria de beneficiamento, no Distrito Industrial de Ilhéus.

O presidente da cooperativa, José Carlos Maltez, explica que, ainda em fase experimental, o grupo produz duas formulações de chocolates finos: com 70% de cacau puro e 56% de cacau, misturados ao leite. In natura, uma arroba (15 quilos) de amêndoas de cacau rende, em média, R$70 ao produtor. Esta mesma quantidade de amêndoas, transformada em chocolates finos, representa um faturamento bruto de R$1.038. O lucro líquido é de R$ 324, 62% a mais que a amêndoa negociada.

No mercado nacional, o alvo inicial da divulgação é a região nordeste, que tem Pernambuco e Bahia como terceira e quarta posições no ranking nacional de consumo. As barras também já foram levadas para grandes países consumidores como a França e a China. A CooperAPC participou da Rodada de Negócios do Encontro Internacional de Negócios (EINNE), em Salvador, do Salão do Chocolate em Paris e já tem convites para Curitiba e Gramado, em 2013, além de Londres, na Inglaterra e Perugia, na Itália, em datas a serem definidas.

 

Tecnologia e Sustentabilidade

No Congresso Brasileiro do Cacau, em Ilhéus, a CooperAPC também foi em busca de soluções para a dívida dos cacauicultores associados. “Com o quitamento das dívidas poderemos investir com mais fôlego em novas tecnologias e equipamentos para agroindústria”, explica Maltez. Ele está confiante nos resultados práticos do evento que, no último dia, vai apresentar um documento intitulado ‘Carta de Ilhéus’, pontuando as soluções propostas pelos congressistas.

Os associados da CooperAPC, assim como Diva Landenberger, do Chocolate de Itacaré, mantém ainda o foco nos benefícios que as inovações tecnológicas podem representar para a consolidação do modelo sustentável de produção que seja potencializado pela agricultura tropical do cacau cabruca. Essa forma de plantio de cacauais valoriza a biodiversidade local e a fartura dos recursos hídricos. O resultado é um fruto diferenciado, resistente a pragas e de melhor qualidade para produção de chocolate.

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