Nos últimos textos, vimos que os profissionais formados nos cursos de Administração podem trabalhar tanto no primeiro setor (Estado ou setor público) quanto no segundo setor (mercado ou setor privado).

Veremos agora que além desses dois setores, os administradores também podem trabalhar no terceiro setor, formado basicamente por organizações sem fins lucrativos.

Bem verdade, o terceiro setor representa um amplo conjunto de organizações (institucionalizadas ou não) presentes na sociedade civil. Como exemplos, podemos citar as organizações não governamentais, as associações voluntárias, as cooperativas, as fundações, os grupos de defesa dos direitos humanos, dentre outras.

Diferentemente do setor privado, onde as organizações exercem atividades com fins lucrativos, as organizações do terceiro setor possuem outras motivações ou fins, como por exemplo, ecológicos, sociais, de direitos humanos, ambientais, dentre outros.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, as organizações sem fins lucrativos possuem sim uma atividade econômica. Elas precisam ser planejadas, organizadas, dirigidas e controladas, e para isso é importante termos a figura do administrador presente em sua estrutura.

É crescente o número de profissionais que atuam no terceiro setor, seja pela atual necessidade de profissionalização da área ou por uma busca pelo sentido do trabalho. Muitas vezes, seus profissionais não são remunerados da mesma forma que são (ou deveriam ser) no setor privado, mas, como essas organizações não visam o lucro, as pessoas não são tratadas como meros recursos, que podem ser reduzidos sem maiores danos, como podemos fazer com os recursos físicos (prédio), os recursos materiais (mesas e cadeiras) ou até mesmo com os recursos financeiros (dinheiro). Por isso, essas organizações estão menos presas a tal racionalidade instrumental, conceituada por Max Weber na virada do século dezenove para o século vinte, que afirma que as tomadas de decisão nas empresas possuem bases utilitaristas e economicistas. Voltaremos a esse tema em outra oportunidade.

No mais, dentro desses três setores, os profissionais da Administração podem atuar também em áreas mais específicas. E quais são mesmos essas áreas específicas de atuação para os administradores? Nos vemos nas próximas semanas.

Por: Rafael Tavares Bomfim

Administrador público federal e especialista em Finanças Empresariais pela UFBA. Escreve sobre administração, gestão e o mundo das organizações.