Projeções de crescimento das exportações, através de Ilhéus, exigem a construção do Porto Sul
Essa é a posição do deputado federal Josias Gomes, do PT da Bahia, sobre o embarque, com destino à Finlândia, de níquel produzido na cidade de Itajibá, que fica a cerca de 140 quilômetros de Ilhéus. A carga, avaliada em US$ 30 milhões, conforme matéria veiculada na edição desta sexta-feira, 25, pelo jornal Valor Econômico, é apenas a primeira produzida pela empresa Mirabela Mineração do Brasil, subsidiária da Mirabela Nickel, com sede na Austrália.
Segundo projetam os dirigentes da empresa, a previsão é de que, já no próximo ano, a Mirabela deverá estar produzindo 25 mil toneladas de níquel contido, a partir das reservas de níquel sulfetado, o mais procurado, e mais raro, dos dois tipos de níqueis, no mundo, existentes nas minas de Santa Rita, em Itajibá. Ainda segundo a direção da empresa, a ferrovia Oeste-Leste atravessará as terras das minas, e há planos para construção de um ramal até o galpão de estocagem.
Os números da Mirabella são extraordinários do ponto de vista da produção e do resultado econômico da atividade. A mina baiana a céu aberto é a maior descoberta de níquel sulfetado do mundo nos últimos 20 anos, desde a Voyce”s Bay, da Vale Inco, no Canadá, segundo a empresa. Com reservas provadas somando 120 milhões de toneladas de níquel sulfetado, Santa Rita tem vida útil de pelo menos 20 anos, o que a coloca como a segunda maior do mundo neste ranking, depois da mina da Vale Inco.
“São três ainda as preocupações que temos – avaliou Josias Gomes – quando observamos as imensas possibilidades da Bahia no campo das commodities: a primeira, com relação a essa necessidade de aumentar a capacidade de exportação da cidade de Ilhéus, pela construção do Porto Sul, ao mesmo tempo em que se conclui a Ferrovia Oeste-Leste; a segunda, com uma indispensável, e urgente, mudança na política econômica nacional – aliás, já defendida pela presidenta Dilma Roussef – a fim de que possamos agregar valor, antes de exportar, às commodities; e, a terceira, com a política de transferência de royalties aos municípios brasileiros, por parte das empresas mineradoras, que resultará em benefícios efetivos ao conjunto da população”.