Depois de mais de um ano em execução, as obras da Ferrovia Oeste-Leste, que ligará o Oeste baiano ao Porto Sul, em Ilhéus, avançaram apenas 5%. Esta é a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado que foi discutido ontem (9), no canteiro de obras de Jequié com a presença da ministra chefe da Casa Civil, Miriam Belchior, do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e do o governador Jaques Wagner.
A ministra disse que os principais entraves que ocasionam atraso na construção continuam sendo as desapropriações de terras na região e a concessão de licenças ambientais pelo Ibama. A obra vai de Figueirópolis (TO) até Ilhéus, no total de 1.527 quilômetros, dos quais 1.022 quilômetros na Bahia – e deverá escoar o minério de ferro da região de Caetité e a produção agrícola do Oeste baiano.
Na Bahia, a ferrovia está dividida em sete lotes, mas até o momento apenas quatro estão com os projetos totalmente prontos. Esse trecho vai de Caetité a Ilhéus e já serviria para escoar a produção da Bahia Mineração (Bamin), que extrairá minério de ferro em Caetité, com investimento de US$ 2,5 bilhões.
Quando entrar em operação, a empresa promete abrir 3 mil empregos diretos.
De acordo com o ministro Sérgio Passos, a previsão de entrega da obra mudou para junho de 2014. Quanto à construção do Porto Sul, não há sequer previsão. Mas, na frente do canteiro de obras, a placa do próprio governo federal mostra como a realidade desmente o anúncio inicial: ali, a entrega da obra está prevista para novembro de 2012.
O presidente da Bamin, José Francisco Viveiros, reconhece que o ritmo das obras é “frustrante”. “A licença do Porto Sul estava prometida para um ano atrás e a ferrovia para este ano. Os dois perderam os prazos originais. Se caso este prazo precise ser novamente renovado, a situação pode complicar, porque isso já começa atrapalhar o nosso projeto”, afirmou Viveiros.
Já a ministra Miriam Belchior prometeu que a ocasião não era um “soluço”, e que de agora em diante as reuniões serão períódicas para que todos os problemas sejam superados. No ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que um edital da ferrovia previa a compra de 224 mil toneladas de dormentes, mas que 11 mil toneladas não seriam necessárias e encareceria a obra em R$ 36 milhões.