O secretário de Governo da Prefeitura de Ilhéus, Ednei Mendonça, negou no início da noite desta quarta-feira (04) que a administração municipal esteja diante de uma nova crise política ao oficializar a saída de dois secretários de pastas importantes: Administração (Fernando Hugnes) e Saúde (Alexandre Simões). Os dois deixaram o governo à tarde. Alexandre teria sido exonerado pelo prefeito Newton Lima e, ao ser informado da saída do colega, Hugnes pediu exoneração do cargo. Os dois petistas são da mesma tendência, a Articulação Construindo o Futuro.
“Não há crise. Fizemos uma operação política objetivando o ajustamento do governo com vistas as eleições municipais”, disse Mendonça, durante encontro que manteve com um repórter do JBO. De acordo com Ednei, a prova desta arrumação está no posicionamento de que os dois cargos não voltarão a ser ocupados por integrantes do PT. A saúde está sendo entregue ao pré-candidato do PPS, Roland Lavigne, que indicou o seu irmão, Ronaldo, para o cargo. Na administração, garante Ednei, será construída uma relação que permita o ingresso de, pelo menos, mais três partidos na base aliada.
Procurado pelo JBO, o ex-secretário de Administração, Fernando Hugnes, disse que resolveu pedir exoneração, em solidariedariedade ao companheiro, Alexandre Simões, demitido pela manhã pelo prefeito Newton Lima. As conversas que levaram Roland Lavigne à base governista começaram há algumas semanas, mas foram concretizadas nesta quarta, durante um café da manhã na residência do médico, que contou com a presença do próprio prefeito Newton Lima. Acordo fechado, o próprio Newton entrou em contato com Alexandre Simões e informou a necessidade de mudar o comando da pasta. Já Hugnes, sai por que quer. Ele tinha a simpatia do prefeito pela condução que vinha dando à secretaria municipal de Administração.
“A decisão também foi por não concordar com os rumos do partido”, disse Hugnes. Ele não quis referir-se diretamente à escolha da pré-candidata Carmelita Ângela. Deixou a queixa nas entrelinhas “A reivindicação dela (Carmelita) é legítima”, afirmou, concluindo que, no entanto, a decisão que tomou ao pedir para sair do governo foi em respeito ao colega exonerado. Interinamente, a secretaria de Administração será comandada pelo versátil – e sempre à disposição – José Nazal.