Lançada campanha para salvar Santa Casa

Representantes do poder público, empresas, órgãos, entidades e segmentos diversos da sociedade civil organizada acabam de criar uma campanha com o objetivo de arrecadar recursos para salvar a Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, entidade mantenedora do Hospital São José e Maternidade Santa Helena, que está afundada em dividas, correndo o risco de fechar as portas a qualquer momento. A campanha, sob a coordenação de Luiz Henrique Uaquim da Silva, visa formar grupos que buscarão alternativas para buscar recursos para que a Santa Casa possa pagar parte das suas dívidas.

Os primeiros detalhes da campanha foram discutidos na tarde desta sexta-feira, no auditório do Sindicato Rural de Ilhéus, contando com a participação expressiva de representantes dos mais diversos segmentos. Durante o encontro foram apontados os principais problemas, as dívidas e os riscos de fechar as portas. Na Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus falta praticamente tudo, desde medicamentos e até alimentos. Como se não bastassem todos os problemas, a justiça ainda autorizou o corte no fornecimento de energia elétrica por falta de pagamento.


Criada em 1564, pelo padre Manoel da Nóbrega, e novamente implantada no início do século passado, a Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, entidade mantenedora do Hospital São José e Maternidade Santa Helena, poderá fechar as portas. Atolada em dividas com funcionários e fornecedores e enfrentando constantes paralisações das atividades, o fechamento da Santa Casa é colocado como certo pelos diretores, caso não seja encontrada uma solução para o problema.

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, Eusínio Lavigne Gesteira, explicou que hoje o déficit da instituição chega próximo a R$ 1,8 milhão, resultante de dívidas com funcionários, prestadores de serviço e fornecedores. “Estamos em constante contato com o prefeito Newton Lima, no sentido de mobilizar as autoridades políticas para expor as dificuldades da Santa Casa e buscarmos soluções para essa crise que vem se arrastando há anos e que agora se agravou a tal ponto, que não dá mais para continuar sem uma medida saneadora”, alertou.

Com relação a demora no repasse dos recursos da Prefeitura de Ilhéus para a Santa Casa de Misericórdia, o secretário Municipal da Saúde, Jorge Arouca, informou que os pagamentos dos prestadores de serviço da Secretaria da Saúde, referentes ao mês de fevereiro deste ano, sofreram um atraso na análise dos documentos, em virtude dos dias feriados do Carnaval. Arouca explicou, ainda, que em virtude desse contratempo, não foi possível solicitar a elaboração das notas fiscais aos prestadores de serviço.

Segundo o secretário da Saúde, os recursos para o pagamentos dos fornecedores estão em caixa, mas os procedimentos burocráticos para a análise dos documentos são uma exigência do Ministério da Saúde e a Central de Regulação faz a conferência em bloco. “Se um prestador de serviço atrasar o envio dos procedimentos para a análise, prejudica o prazo para que toda a cadeia de fornecedores possa emitir as notas fiscais e, consequentemente, o pagamento”, informa.


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