Idosos miram mercado de trabalho e direito à saúde

Estudantes e professores que organizaram o I Seminário de Atenção ao Idoso, promovido pela Faculdade de Ilhéus

As principais preocupações dos idosos ilheenses estão voltadas para o mercado de trabalho e para o direito à saúde. Esses assuntos foram amplamente debatidos durante I Seminário de Atenção à Saúde do Idoso da Faculdade de Ilhéus, realizado na última quinta-feira, promovido pelos alunos do sétimo semestre do curso de Enfermagem, em atividade coordenada pela professora e enfermeira Maria Amélia Farias. O município de Ilhéus possui, segundo o último censo do IBGE, 18.781 pessoas idosas, o que equivale a 10,2 por cento do total da população.

Aberto ao público, o seminário contou com a participação maciça de membros dos grupos da terceira idade, como o De Bem com a Vida, coordenado por Ednagila Pinheiro, o do CSU (Centro Social Urbano), coordenado pelo professor Sebastião Maciel, e o Pré-Idosos do Sul da Bahia, coordenado por Maria José Rodrigues. Foram abordados assuntos como “Direito à Vida, Direito à Habitação, Direito à Educação, Lazer e Cultura”, por Franklin Leal; “Medidas de Proteção ao Idoso, Direito a Profissionalização e ao Trabalho e sobre Previdência Social”, por Flávio Soledade; “Dos Crimes contra o Idoso”, através de Fábio Fonseca; “Direito à Saúde”, por Pedro Henrique Rocha; e “Os Deveres dos Idosos”, que foram tratados por Daniel Souza.

Na oportunidade, o estatuto do idoso foi apresentado aos participantes, através da literatura de cordel, liderada pela estudante Ionara Oliveira Vasconcelos, que no final do seminário homenageou a professora Maria Amélia Farias em nome da turma do sétimo semestre de Enfermagem. O poeta e repentista Delson Ribeiro, conhecido como Azulão, 76 anos, também se apresentou recitando um cordel ao som de seu violão. Nascida em Condeúba, Anália Maria de Jesus, 79 anos, do grupo de Pré-Idosos há dois anos, também participou do Seminário. Ela declarou que “a gente sente que o povo não é muito chegado com a gente. Não tem muito carinho com a gente. Mas me chamou a atenção que a gente tem o direito a tudo. A gente já ganha uma aposentadoria, um pouquinho, e ainda tem que descontar? Os idosos têm direito a um lazer. Os alunos daqui foram muito delicados conosco. Fomos muito bem recebidos”, acrescentou.

Estatuto – Maria José Batista da Silva, 72 anos, reside no bairro Nossa Senhora da Vitória, do grupo De Bem com a Vida, disse que chamou a sua atenção a palestra sobre o Direito à Saúde. “Quando a gente vai se internar não tem direito a acompanhante. Há 15 anos, quando meu marido ficou internado não tinha direito a acompanhante e aí eu discuti, lutei e terminei ficando com ele, lá no hospital São José. Ele não podia ficar sozinho. O Estatuto do Idoso chegou, mas nem todo mundo sabe. Vejo falar na televisão, mas nunca tinha ouvido falar tão detalhadamente”, observou ela.

No que diz respeito à questão da profissionalização e do trabalho, o Estatuto do Idoso diz, no artigo 27, que “na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade”. E no parágrafo único do mesmo artigo, preceitua: “O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade.”

 

 

 

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