O deputado Josias Gomes, do PT da Bahia, pronunciou discurso no plenário da Câmara, nesta quinta-feira, 01, transformado em artigo publicado em seu Blog (www.josiasgomes.com.br), em que defende a decisão do Banco Central de reduzir as taxas básicas de juros. Segundo o parlamentar, apesar de ainda ser uma queda pequena, ela quebra a perspectiva sombria lançada por diversos analistas que não previam a queda definida pelo Copom.
Josias considera que o Brasil encontra-se no caminho certo, do ponto de vista do desenvolvimento econômico, prevendo-se a sua inserção no contexto mundial como uma Grande Nação. Lamenta ainda que alguns setores minoritários continuem questionando cada decisão que lhes contrarie, como é o caso da queda dos juros. E arremata: paciência, o Brasil não pode parar!
A seguir, a íntegra do artigo publicado no Blog do Josias Gomes (www.josiasgomes.com.br):
Banco Central e taxas de juros: o Brasil avança
Josias Gomes
Sinto-me na obrigação de elogiar a decisão do Comitê da Política Monetária, Copom, em reduzir a taxa básica de juros em meio por cento. Parece pouco, e realmente, é. Mas, após tantos aumentos, e diante da perspectiva sombria apontada por analistas de que as taxas seriam pelo menos mantidas, a queda representa um sinal positivo da economia brasileira, que se apetrecha para enfrentar mais uma crise externa.
A decisão do Banco Central brasileiro vem ao encontro do que pensa a maioria dos que se preocupam com o desenvolvimento nacional. Efetivamente, a queda da taxa de juros revela que o nosso Banco Central encontra-se extremamente maduro e sintonizado não apenas com o cenário nacional, mas, também, com o internacional. Basta que atentemos para o comunicado lançado pelo Copom após a decisão da baixa dos juros.
Convém reproduzir para conhecimento geral o expressivo comentário do próprio BC sobre a decisão. Inicialmente, aponta para uma reavaliação do cenário internacional, onde o Copom considera “que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”.
De acordo ainda com a Nota, o comitê diz entender “que aumentaram as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado”, observando, também, “que, nessas economias, parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal”.
Diante dessas observações, “o Comitê avalia que o cenário internacional manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante”, o que, portanto, indica a possibilidade de sem riscos diminuir as taxas básicas de juros, no país. Mas, continua: “Para o Copom, a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira pode se materializar por intermédio de diversos canais, entre outros, redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora no sentimento de consumidores e empresários”.
E avança: “o Comitê entende que a complexidade que cerca o ambiente internacional contribuirá para intensificar e acelerar o processo em curso de moderação da atividade doméstica, que já se manifesta, por exemplo, no recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira. Dessa forma, no horizonte relevante, o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável. A propósito, também aponta nessa direção a revisão do cenário para a política fiscal”.
E conclui a Nota: “Nesse contexto, o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012. O Comitê irá monitorar atentamente a evolução do ambiente macroeconômico e os desdobramentos do cenário internacional para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.
Considero que o Brasil está no caminho certo. Primeiro, com um Banco Central cada vez mais consciente do seu papel, e maduro em suas decisões. Por outro lado, uma presidenta em permanente sintonia com o Brasil que se almeja para o futuro, calcado no desenvolvimento econômico e social sustentável.
Enfim, todos atuando de forma parceira, povo, governo, instituições, para que seja concretizada a vocação brasileira em ser uma grande Nação no contexto mundial, como vem exatamente ocorrendo desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo brasileiro em 2003, prosseguindo, agora, com o governo Dilma Rousseff. O que, infelizmente, desgosta de forma profunda alguns setores minoritários incomodados com o progresso brasileiro.
Mas, paciência, o Brasil não pode parar!