O governo Wagner deve tomar precauções políticas porque, ao que tudo parece indicar, vem tempo ruim por aí quando a Assembléia Legislativa retornar do recesso. Especialmente se o PMDB deixar a gestão, como disse que o fará o deputado Arthur Maia, de forma direta, atualizando a informação do presidente da legenda, Lúcio Vieira Lima, que disse à TUDO FM- 102,5 – que os cargos ocupados pelo PMDB já foram postos à disposição há mais de tres meses, quando Geddel Vieira Lima e o partido teriam declarado, vis a vis, ao governador, que ele, Geddel, será candidato ao governo da Bahia. Este é o cenário de retaguarda. O que virá por aí se assemelha a um cerco oposicionista de modo a fragilizar o governo. Assim posto, seria conveniente que o governador reunisse o seu Conselho Político para estabelecer estratégias e montar as suas paliçadas para resistir os ataques, que virão, pelo que se informa, em ondas. O primeiro na mira, que será posto na berlinda, será o secretário da Fazenda, Carlos Martins, que, segundo a oposição, desarrumou a Secretaria da Fazenda, gerou discórdias internas, cevou grupos que se degladiam, como agentes e auditores fiscais, contribuindo, assim, para a queda da arrecadação do Estado. Arthur Maia, do PMDB, sustenta que não foi somente a crise econômica que deixou o governo com a cuia na mão, devendo aos prestadores de serviço e agora “pretende usar recusos do BID de forma irregular, para pagar obras realizadas e não investimentos futuros em infraestrutura, especialmente estradas, razão do empréstrimo realizado.” Martins deve, assim, se preparar para o bombardeio. Tudo isso, convém acentuar, faz parte dos primeiros lances efetivos do processo sucessório que, por ora, é abordado em declarações à midia. O governador Wagner é um exímio articulador e, certamente, já vislumbrou o tsunami que vem à frente, para desgastá-lo politicamente. Daí a necessidade de montar suas estratégica e paliçadas para resistir e, não somente, se é verdade que a melhor defesa é o ataque, também sair do quartel e partir para o confronto. Enfim, este segundo semestre promete. E é apenas o início de um processo eleitoral que projeta um cenário tórrido, na medida em que terá três candidatos ao governo, o próprio Wagner, o ex-governador Paulo Souto, e o ministro Geddel Vieira Lima. Todos são afiados, todos dispõe do seus exércitos. Teremos um campo de batalha.
Samuel Celestino