Agricultores fazem novo protesto em Ilhéus contra o relatório da Funai

Com a proposta de chamar a atenção das autoridades regionais para o grave problema e os enormes prejuízos que a demarcação de terras proposta pela Funai vai trazer para a região, gerando desemprego, violência e a maior crise econômica no Sul da Bahia, milhares de pequenos agricultores, trabalhadores rurais, comerciantes e empresários do setor turístico das regiões de Ilhéus, Una e Buerarema estarão realizando um grande ato de protesto nesta quinta-feira, dia 18, a partir, das 9 horas da manhã, concentrando na praça Florêncio Gomes, na Cidade Nova, em frente ao estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. A idéia é sair em uma grande comitiva até a praça J.J.Seabra, em frente ao Palácio Paranaguá, onde acontecerá um ato público explicando os danos que a demarcação vai trazer para a região.

O relatório elaborado pela Funai prevê a demarcação de uma área de 47.370 hectares, englobando os municípios de Una, Buerarema e Ilhéus, para os supostos descendentes dos índios Tupinambá. Somente para se ter idéia da dimensão dessa área, isso representa 26% de todo o território de Ilhéus e ainda grande parte da zona rural de Una e Buerarema. Nesse local estão centenas de propriedades rurais, além residências, comércios, hotéis e vários outros empreendimentos. Na avaliação dos agricultores, a demarcação dessa área provocará uma crise regional com proporção muito maior do que a vassoura-de-bruxa.
A proposta do movimento desta quinta-feira é envolver toda a comunidade regional para o problema, já que todos serão atingidos caso seja concretizada a proposta da demarcação proposta pela Funai. No último dia 03 de junho o assunto foi amplamente discutido na Câmara de Vereadores de Una, que manifestou apoio à luta dos agricultores e comerciantes contra a demarcação. Já no dia 05 de junho cerca de quatro mil produtores rurais das regiões de Buerarema, Una e Ilhéus interditaram a BR-101, no trecho próximo a Buerarema, em sinal de protesto contra a proposta da Funai. O protesto levou cerca de duas horas e contou ainda com a participação de representantes das câmaras municipais da região, empresários, comerciários e presidentes de sindicatos dos agricultores e trabalhadores rurais.
Além da crise econômica e do desemprego, os agricultores chamam a atenção para a violência que a proposta da demarcação vem provocando na região. De acordo com dados dos agricultores, até agora 16 fazendas nesses três municípios já foram invadidas por mestiços que se intitulam índios Tupinambá. Em uma das invasões os supostos índios expulsaram o proprietário da fazenda, destruíram as plantações e comemoraram a ocupação fazendo churrascos com os animais da propriedade. Os agricultores disseram ainda que como parte da ação dos supostos índios, a Prefeitura de Buerarema já foi ocupada, casas foram incendiadas e recentemente um trabalhador foi encontrado morto com pauladas e facadas após uma invasão dos supostos índios Tupinambá à Fazenda Santa Rosa, na região de Una.
O vereador Alcides Kruschewsky também informou que o relatório da Funai é fraudulento e comete um verdadeiro estupro contra a história do Brasil, garantindo que o documento aponta dados históricos mentirosos e sem qualquer embasamento real. Ele disse que não se tem registro histórico de fonte confiável da existência de índios Tupinambá nessa região onde se pretende impor a demarcação da terra. Segundo ele, nesse local habitavam os Tupiniquins e não os Tupinambás, como quer determinar a Funai. Garantiu inclusive que esses mesmos descendentes de índios que hoje se auto-intitulam Tupinambá tentaram ser reconhecidos, há poucos anos, como descendentes de outra etinia e não conseguiram. Assegurou que essas reivindicações podem estar sendo fruto de interesses puramente políticos partidários.

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