O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca (Sindicacau), Luiz Fernandes Ferreira Andrade, afirma que muitos empresários da região tem se aproveitado da crise econômica mundial para reivindicar ajuda governamental e reduzir os direitos dos trabalhadores, além de arrocho salarial. O sindicalista considera tal atitude como extremamente falaciosa e oportunista, justificando que nem todos os setores da economia foram afetados igualmente pela crise.

Luiz Fernandes, que também é diretor da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos do Estado da Bahia (Fetiaba), considera que a crise econômica que teve início no mercado imobiliário norte-americano e se alastrou pelo setor financeiro especialmente nos Estados Unidos, União Européia e Japão, atinge também o Brasil, mas especialmente nos segmentos de exportação dos produtos primários. Mas, ele ressalta que o epicentro da crise são os mercados imobiliários e financeiros, e não os custos de trabalho.
O presidente do Sindicacau destaca que em momentos de bonança dentro da empresa, o trabalhador é o último a desfrutar das vantagens e benefícios, mas nos momentos de crise, é o primeiro a sofrer prejuízo. Ele explica que alguns produtos, como por exemplo o chocolate e outros derivados de cacau, além de não sofrerem desvalorização diante da crise, ainda passaram por aumento em quantidade e valor, por isso, acredita que não há justificativa para o discurso das empresas moageiras de cacau de Ilhéus e Itabuna, que com a alta do dólar aumentaram sua lucratividade, e agora falam apenas em redução de direitos e negam reajuste real de salários aos trabalhadores. Luiz Fernandes pede aos trabalhadores que estejam sempre atentos e não aceitem falsas justificativas ou chantagens. “Exigimos respeito, afinal, somos os responsáveis pelo movimento das máquinas que tantos lucros e vantagens trazem aos nossos patrões”, concluiu.