Progresso na trilha da modernidade por Marcos Pennha

“Vamos provar, aqui em Ilhéus, que decência ganha eleição”. Essa foi a frase proferida pelo deputado federal cearense Ciro Gomes (PSB) no seu discurso. Tá aí um ponto a ser abordado: decência na política. A política, ao longo do tempo, ficou manchada, devido às práticas nefastas dos maus políticos. As pessoas vivem desesperançadas.
Já houve época em que o político dava um sapato antes da eleição. O outro só era entregue depois dele eleito. E a comercialização do voto rolava solta: materiais de construção, pagamento de contas particulares do eleitor, etc. Sem contar com a velha prática do voto de cabresto, em que os grandes fazendeiros obrigavam seus empregados a votarem nos candidatos da sua preferência.

Os políticos mal acostumaram ao povo, com esse modo nojento de se fazer política. Os maus políticos têm, como livro de cabeceira, “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, filósofo político italiano, nascido na cidade de Florença em maio de 1469 e falecido em Junho de 1527. Com as idéias de Maquiavel, por causa da má interpretação pelos políticos, surgiu a palavra maquiavelismo como sinônima de atitudes maldosas, que envolvem inclusive a vingança contra os desafetos. Uma das mais importantes máximas de Maquiavel é “os meios justificam os fins”. Por isso, os políticos seguidores de O Príncipe fazem tudo para se manterem no poder, mesmo que tenham que atropelar a ética.

Em verdade, o que Maquiavel quis dizer é que os meios determinam os fins. Na época maquiavélica, pregava-se a idéia da perpetuação no poder. Os benefícios eram doados ao povo em pequenas doses para que este continuasse necessitando, em condição de mendicância. Hoje, felizmente, o povo caminha, ainda que a passos lentos, para o melhor entendimento de que a massa pode escolher, espontaneamente, seus representantes, bem como cassá-los, se preciso for. Aumentou muito o número de gente que não se ilude com discursos rebuscados e longos, recheados de nuances de pura enganação. Os políticos que continuam agindo desse jeito pararam no tempo e, conseqüentemente, perdem terreno no campo da política. Não acompanharam a modernidade, pela qual se pode resumir na frase “mais ação e menos conversa”. Já disse alguém que “quando sobra em discurso, falta em ação”. Reza, também, o ditado que “discurso é igual a mini-saia: quanto mais curto, melhor”.

* Marcos Pennha é bacharel em Ciências Econômicas. Redige, periodicamente, matérias para o WWW.cdlilheus.com.br , bem como assina uma coluna de humor. É redator do jornal Foco Regional,que tem, também, o WWW.jornalfoco.com.br , além da coluna de humor. Escreve artigos e notas de divulgação para os sites WWW.acaoilheus.org e WWW.r2cpress.com.br

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