Curso de produção de cacau em agroecosistemas Mata Atlântica

“O extensionista deve se preocupar em transmitir com fidelidade o que aprendeu sem desmerecer o conhecimento popular do agricultor, adquirido de antepassados durante sua vida”. Este foi o principal ensinamento dado pelo chefe do Centro de Extensão da Ceplac Bahia, Cloildo Guanaes, na palestra de abertura do Curso Sobre a Tecnologia de Produção de Cacaueiros nos Agroecossistemas da Bahia e do Espírito Santo, no auditório do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec), na manhã de hoje, 21.

O superintendente da Ceplac para a Bahia, Geraldo Dantas Landim, saudou os participantes do evento, que somente se encerra na sexta-feira, 25, destacando a preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com implantação do Sistema de Indicação Geográfica para o setor cacaueiro, uma forma eficiente de agregar valor. Além disso, esclareceu que a fixação do padrão de cacau pode significar preços mais remunerativos ao agricultor, que precisará tão-somente adequar-se às exigências.

Na palestra de abertura o engenheiro agrônomo Cloildo Guanaes disse ao grupo de 23 técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Espírito Santo (Incaper) e da Ceplac que atuam nos agroecossistemas da Mata Atlântica, onde prestam serviços de orientação técnica aos cacauicultores que, cotidianamente, devem ser superadas dificuldades de qualquer natureza para que a assistência técnica e extensão rural cheguem à ponta que é o agricultor. “As estruturas de governo nos dois estados litorâneos devem se conscientizar disso”, afirmou.

CONVÊNIO

O representante da Secretaria Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca do Espírito Santo Ricardo Santos lembrou que o curso é seqüência de 2006, quando 18 funcionários do Incaper foram treinados pela Ceplac. “Esta atividade é o fortalecimento institucional do convênio celebrado entre o Governo do Espírito Santo a direção da Ceplac, com o apoio dos produtores, em reposta à ameaça que representa a vassoura-de-bruxa”, declarou. Segundo informou a doença está restrita ao extremo-norte capixaba, mas a junção de esforços é reconhecimento da liderança da Ceplac na pesquisa e extensão rural.

O diretor-presidente do Incaper, Gilmar Gusmão Dadalto, e o diretor de Sistemas Agroflorestais do Incaper, Pedro Arlindo Galvêas, reforçaram que os sistemas de produção de cacau na Bahia e Espírito Santo têm em comum a preservação de áreas da Mata Atlântica. “No caso capixaba trabalhamos para reforçar a pesquisa, assistência técnica e extensão rural em um programa que inclui o melhoramento genético, definição de marco regulatório e avanços na fixação de áreas de preservação permanente. Também atuamos para implantação de unidade tecnológica e certificação de cacau de origem como ‘Cacau Floresta do Rio Doce’”, assinalou.

Os dirigentes capixabas elogiaram a ação da Gerência Regional da Ceplac no Espírito Santo, liderada pelo agrônomo Paulo Roberto Siqueira, a quem coube a elaboração de um Plano Estratégico da Agricultura. Durante a solenidade, o diretor Gilmar Gusmão Dadalto presenteou a direção da Ceplac na Bahia, o Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec) e o Centro de Extensão da Ceplac (Ceplac/Cenex) com exemplares de livros comemorativos dos 50 anos do Incaper: “Café Conilon”, de Romário Gava Ferrão, Aymberé Francisco Almeida da Fonseca, Scheila Maria Bragança, Maria Amélia Gava Ferrão e Lucio Herzog De Müner; e “Incaper 50 anos”, organização de Levy Heleno Fasso e Lúcio Lívio Fróes de Castro, recebendo em retribuição “Ciência, Tecnologia e Manejo do Cacaueiro”, obra organizada pelo pesquisador Raul Vale, com patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

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