A concorrência do álcool e a crise de fornecimento que afetou o mercado no final do ano passado tiveram impacto direto no mercado de GNV (gás natural veicular). Dados do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontam que a procura por conversões de veículos para o gás natural caiu pela metade, na comparação com 2007.
Em abril deste ano, foram convertidos 8.520 veículos em todo o Brasil. No mesmo mês do ano passado, o número de conversões chegou a 18.493, 53% a mais do que o verificado este ano.
De janeiro a abril, foram registradas no país 7.354 conversões em média por mês, 57% a menos do que as 17.155 conversões médias verificadas em igual período de 2007. Atualmente, pelos dados de abril, o país tem um total de 1,511 milhão de veículos que podem ser abastecidos com GNV.
O diretor do comitê do GNV do IBP, Rosalino Fernandes, disse acreditar que o mercado de GNV vai se manter estável até setembro, quando a tendência é que volte a crescer de forma significativa, ainda sem recuperar os patamares verificados em outras épocas. ‘Houve um impacto da crise de fornecimento de gás no final do ano passado, mas pouco a pouco, o mercado vem se recuperando’, afirma Fernandes.
A crise de fornecimento do final de outubro começou quando a Petrobras cortou o fornecimento de gás para algumas indústrias e postos de combustíveis no Rio de Janeiro, para que usinas termelétricas não ficassem desabastecidas.
Para o especialista, outro fator vem sendo decisivo para a queda na procura pelo mercado de GNV: o preço de outros combustíveis, principalmente o álcool.
Segundo ele, a diferença do GNV para a gasolina e o álcool vem sendo reduzida cada vez mais. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o litro do álcool custa, em média, R$ 1,482 no país, enquanto o metro cúbico do GNV já chega a R$ 1,478, em média. O preço médio da gasolina é de R$ 2,499.
Correio da Bahia