País ganha uma nova classe média

Aquecimento na economia, ampliação do crédito no mercado, melhoria da renda e a participação de programas sociais. Estes incentivos estão mudando a cara do Brasil e favorecendo a diminuição das desigualdades no país. A informação é de Franck Vignardi, diretor executivo de marketing da empresa francesa Cetelem, financeira do Grupo BNP Paribas, o segundo maior banco em valor da zona do Euro, o ambiente econômico do país favoreceu ao aparecimento de uma nova classe média.

Responsável pelo Observador 2008, um estudo minucioso para saber o perfil do consumidor brasileiro. “O mercado de crédito de consumo no Brasil responde por apenas 13% do PIB, enquanto países como o Chile a taxa é de 23%, Portugal 47%, França 49%. Há bastante espaço para o aumento do crédito em nosso país e o segmento imobiliário deve ampliar sua penetração”, diz.

Franck Vignardi considera que o barateamento de produtos e serviços, a exemplo da telefonia, também favoreceram o aumento do consumo. A pesquisa destacou um dado importante: a desigualdade de renda no país aos poucos está caindo. “A pesquisa foi realizada no mês de dezembro. É a sua terceira edição e constatamos uma consolidação no aumento da classe C e a diminuição nas desigualdades de renda entre as classes A a E no país”, cita.

Hoje há 86 milhões de pessoas na classe C, o que implica num salto de 47% em 2007 em relação a 2006. Em 2005 a renda média familiar das classes D/E era de R$ 545 e subiu em 2007 para R$ 580, o que representa crescimento de 6%.

Quando a pesquisa começou a ser realizada as classes D/E tinham renda negativa de R$ 17 no orçamento doméstico e no ano passado teve superavit de R$ 22. Em relação ao aumento da confiança do brasileiro no país, o resultado surpreendeu os pesquisadores: 5,3.

A nota, considerada elevada, superou o otimismo dos portugueses que deram nota de 3,1 ao seu país. Um detalhe interessante da pesquisa menciona os gastos não essenciais que encontram-se estagnados. “Isso não significa que haja problemas no consumo. A população também está economizando e há ainda outra situação, nos anos anteriores eles compravam motivados pela febre de consumo, hoje já não fazem mais compras com frequência porque é um fato sazonal”, esclarece

Em relação ao Nordeste, Vignardi disse que a Bahia e Pernambuco são estados importantes. “Percebemos na pesquisa a importância do Nordeste como um todo. O consumo tem aumentado não apenas nos grandes centros, mas nas cidades interioranas e até favorecidas pela política social adotada pelo governo. O Nordeste, apesar de ter uma das menores rendas do país, vem s e destacando e a Bahia e Pernambuco são exemplos”, avisa.

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