O tema do programa Alerta Geral desta terça-feira foi Ecologia e Meio-ambiente. Além de ser abordado pela opinião do radialista Gil Gomes, foi tratado também pela empresária Rosângela Bizerra e pelo Secretário Municipal de Meio-ambiente, Antônio Olympio.
Rosângela apresentou seu projeto de uso de sacolas retornáveis como alternativa para as sacolas plásticas nas compras feitas no dia-a-dia. Prática comum em países da Europa, Estados Unidos e China, a utilização de sacolas retornáveis representa uma economia substancial na produção de lixo, uma vez que uma família de 4 pessoas utiliza num ano cerca de mil sacolas plásticas.
Se vai ser fácil inserir na cultura do ilheense o uso da sacola de tecido em detrimento das plásticas? É claro que não. Afinal de contas, é um hábito arraigado há bastante tempo. Os sacos plásticos foram criados para resolver um problema (o transporte das compras) e terminaram por criar outro (o acúmulo de lixo). Mas em várias cidades do Brasil a exemplo de Curitiba e Maringá, no Paraná, já há legislação municipal que obriga as grandes redes de supermercado a oferecer alternativas ao uso das sacolas plásticas.
Segundo a empresária, esse projeto é fruto de sua visão de que cada um pode fazer algo para melhorar o mundo, e usar menos plástico é uma das atitudes que pode ser tomada nessa direção. Rosângela lembra que existem produtos nas feiras e supermercados que necessitam ser carregados em sacos plásticos, como carnes, peixes, produtos gelados e congelados. Mas que numa esfera mais ampla, as empresas precisam optar por fabricar o plástico biodegradável, que em vez de 500, levam 5 anos para se decompor.
Em Ilhéus, a sacola retornável é produzida no atelier Rosamaria (Galeria da BackDoor) em tecido de puro algodão, em 3 tamanhos, com preços que variam de 5 a 10 reais. Tem tempo de vida útil maior e tempo de degradação infinitamente menor.
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Gil Gomes recebeu o Secretário de Meio-ambiente, Antônio Olympio no Alerta Geral, que completou o assunto iniciado com as sacolas retornáveis e leva a pensar no lixo.
Segundo o Secretário, estão sendo feitos estudos conjuntos da Secretaria de Educação, de Saúde, e de Serviços Gerais juntamente com a Maramata para iniciar um projeto de coleta seletiva de lixo e reciclagem nos distritos de Salobrinho e Ponta da Tulha para diminuir o impacto causado pelo lixo. Esses locais foram escolhidos por estarem à margem de estradas importantes com grande fluxo de veículos e onde o acúmulo de lixo prejudica não somente a saúde, mas até o visual. O lixo será dividido e vendido aos sucateiros em geral, e o adubo gerado pela compostagem feita será utilizado nas hortas comunitárias que serão criadas pela prefeitura nos referidos bairros.
Numa segunda etapa, o projeto se estenderá ao centro da cidade e demais bairros, passando por uma maciça campanha de educação ambiental, gerida pela Maramata.
O Secretário falou também sobre o aterro de Itariri, que está sendo analisado por técnicos do CONDER, e há a possibilidade de ser criado um novo aterro sanitário para atender Ilhéus e Itabuna, além de esforços para recuperar o aterro de Itariri, que já contaminou o lençol freático da área.
Questionado sobre o abandono da Maramata, Antônio Olympio afirmou que para que a fundação realize suas atividades-fim é necessária uma reforma administrativa. Sua estrutura funcional está, segundo o Secretário, erroneamente embutida e de modo tumultuado na Secretaria de Meio-ambiente. Após essa reforma, tanto a Maramata quanto a Secretaria de Meio-ambiente poderão cumprir suas funções plenamente.
O Morro de Pernambuco e sua desapropriação por parte da Prefeitura também foi assunto da entrevista. O processo está em juízo há muito tempo, mas o papel da Secretaria é fiscalizar para que não haja agressões e garantir o acesso da população à praia.
Com respeito ao Porto Sul, o Secretário colocou como alternativa mais viável a localização na área sul do município, entre Ilhéus e Una, nas proximidades do rio Acuípe,local que, diferente da Ponta da Tulha, não faz parte de uma Área de Proteção Ambiental. Segundo o Secretário, os impactos ambientais serão menores nessa área alternativa.
Dessa maneira, o desenvolvimento chegará a Ilhéus por duas vias: tanto pelo turismo na zona norte, como pelo porto, na zona sul do município.
O Secretário ainda falou dos projetos que estará levando a Salvador para discussão em audiências com representantes da Petrobras, CRA, Secretaria Estadual de Meio-ambiente e CRA: Convênio entre os municípios que são banhados pelos rios que desembocam em Ilhéus e um plano de manejo para a Lagoa Encantada.