Veloso defende maior atenção aos aposentados

A tendência de pauperização dos aposentados e pensionistas, que vêm sofrendo com o achatamento da renda a cada ano, foi duramente criticada pelo deputado federal Raymundo Veloso (PMDB) no plenário da Câmara dos deputados, na última segunda(03). O deputado aproveitou o anúncio do reajuste do salário mínimo para R$ 415,00 para solicitar do governo que dispense especial atenção a situação dos aposentados. “O cenário é extremamente grave. Com o correr do tempo e a inflação cada vez mais elevada, a cada ano que passa a situação do aposentado piora. Espero que o Governo acorde para essa realidade para que possamos recuperar as perdas acumuladas de aposentadorias e pensões”, destacou.

Veloso enfatizou que, em alguns casos, a perda na renda acumulada nos últimos dez anos atinge 70%. Ele reclamou também da diferença no reajuste para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, que tem recebido aumentos inferiores aos que percebem apenas um salário. A diferença nestes percentuais chegam a mais de 40%, somando os últimos seis anos, “o que tem levado a um acelerado processo de pauperização da faixa intermediária de aposentados e pensionistas, achatando o poder de compra”. Ele citou que depois de 1988 o teto do benefício foi reduzido a dez salários-mínimos, e hoje está limitado a R$ 2.801,82, ou seja, apenas 7,3 salários-mínimos. “Se não houver uma política pública de reversão dessa situação, daqui há pouco todo aposentado vai ganhar um salário mínimo. Portanto, precisamos patrocinar uma reforma profunda que de fato elimine os desajustes estruturais do sistema previdenciário”, defendeu Veloso.

Outra distorção criticada pelo deputado é a falta de paridade na concessão da gratificação de desempenho dos funcionário públicos federais inativos em relação aos ativos. Ele citou que muitos dos servidores estão indo para a aposentadoria compulsória, garantida aos 70 anos de idade, “porque sabem que não vale a pena se afastar antes desse período, pois o servidor perde gratificações e outras vantagens”.

Dignidade

“Num país de primeiro mundo, a aposentadoria é um prêmio pelos anos de contribuição, no Brasil parece um castigo. A cada mudança, a cada reajuste os aposentados vão perdendo o direito de viver com dignidade”, lamenta o deputado que argumenta que o Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, tendo a Receita Federal anunciado, recentemente, recordes de arrecadação. “Tanto crescimento, tanta comemoração, por que não resolvem a situação dos aposentados deste país? Comprovadamente uma situação de miséria, uma situação crítica, uma situação de abandono, de desprezo”, protestou.

Veloso defende uma maior mobilização da classe de aposentados e pensionistas. “Ao final dos anos 80, o poder de organização das associações e das federações era de tal monta, que os aposentados e pensionistas formaram o segundo maior lobby da Constituinte, perdendo apenas para o grupo ruralista. A conquista do reajuste de 147% foi uma das suas grandes vitórias” relembra.

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