Localizada no distrito de Rio do Engenho, em Ilhéus (a 462 km de Salvador), a capela de Nossa Senhora Santana pertenceu à antiga sesmaria de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil.
Construída no século XVII, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas não recebe a manutenção adequada. Consequentemente, está com a estrutura danificada e correndo o risco de desabar.
Paredes rachadas, fiação exposta, madeiramento do telhado corroído por cupins e goteiras são alguns dos problemas dectados.
No altar, com cerca de 80 centímetros de altura, há uma imagem de madeira de Nossa Senhora Santana com duas outras pequenas, do Menino Jesus e de Maria, originária de Portugal. Também fazem parte do conjunto uma imagem do Senhor dos Passos e outra de São Benedito, ambas de madeira.
De acordo com Edinilson Araújo, 42, que trabalha como guia voluntário, “as imagens também necessitam de reparos, pois a tinta está descascando e o dedo indicador de uma delas está quebrado e colado com fita adesiva”.
O Pe. Ademir do Amaral, que representa a paróquia de Nossa Senhora das Vitórias, acredita que os problemas da igreja também estão ligados à umidade, já que ela fica na margem do Rio do Engenho.
Ação pública – Diante da situação, o Ministério Publico Federal move ação civil com pedido de liminar para que o Iphan restaure o monumento.
“A responsabilidade pela reforma e manutenção do bem tombado é do proprietário, mas, se ele não assume, o Iphan tem que fazer os reparos”, assinala o procurador Eduardo El Hage.
Valor – Exemplar do séc. XVII, a capela de N. S. Santana é o monumento mais antigo subsistente em Ilhéus, pertencente ao antigo Engenho de Santana na propriedade dos frades de Santo Antão. Construída à base de alvenaria de pedra e cal, tem planta formada por nave única, capela-mor e sacristia, além de alpendre de acesso à capela.
Joá Souza
A Tarde