O fortalecimento dos municípios e o desenvolvimento de um diagnóstico situacional da região, elaborado por instituições de pesquisa sul-baianas, são defendidos pelo prefeito de Buerarema, Orlando Filho, como forma de mudar a realidade sócio-econômica regional. Ele entende que os municípios são o ente mais próximo do cidadão e têm condições de liderar ações importantes visando o fortalecimento regional. “Com a mudança de poder em nível estadual, os prefeitos devem se articular no sentido de elaborar projetos que tenham o poder de interferir na realidade regional”.
Para a elaboração do diagnóstico, o prefeito defende a participação de órgãos importantes da comunidade regional, a exemplo da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Ceplac, FTC, Facsul e Sebrae. “Precisamos desenvolver estudos com método e utilizar o conhecimento disponível nestas instituições”.

Orlando Filho defende a criação de câmaras setoriais como a primeira ação deste esforço conjunto de municípios e entidades regionais. As câmaras, afirma, seriam coordenadas pelos próprios prefeitos. As câmaras setoriais seriam nas áreas de saúde, educação, segurança pública, meio ambiente, transparência administrativa, cacau e desenvolvimento econômico, além de outras que forem sugeridas. “Com os prefeitos na coordenação, eles seriam os responsáveis a apresentar os resultados”, argumenta.
As câmaras setoriais atuarão em parceria com os organismos que apresentariam o diagnóstico e trabalhariam de forma articulada com a gestão estadual do futuro governador Jaques Wagner. Orlando acredita que estado e municípios ganhariam com a iniciativa. “O Estado teria um diagnóstico de qualidade desenvolvido com a participação da população e os municípios teriam em mãos as políticas públicas que seriam adotadas em parceria com os governos do Estado e Federal”, diz.
Para o prefeito é preciso fortalecer institucionalmente os organismos regionais. “Nós temos o privilégio de sediar um centro de excelência do ensino regional e temos que valorizá-los”, defende. Orlando, que defende o diálogo com todos os demais entes federativos, diz que “nossa região é representativa no aspecto populacional e conta com mais de um milhão de votos, mas possui pouca capacidade de mobilização”, diz.
Orlando Filho diz que “precisamos levar ao governador os nossos pleitos em bloco, com a participação até dos representantes das entidades, pois assim estaremos muito mais fortalecidos”, afirma.
Referências
Uma outra proposta do prefeito são as parcerias e o desenvolvimento de projetos que sejam referência para os municípios. Como exemplo, ele cita a cidade de Laje que, com apenas 19 mil habitantes, adotou a gestão plena na área de saúde. A cidade administrada por Ilma Barreto, diz o prefeito, tem hospital e uma boa qualidade de serviço.

Outro município onde a ação de transparência administrativa é referência para as demais gestões é Ipiaú. Naquela cidade, todos os meses, o prefeito José Mendonça faz a prestação de contas à população. Já em Itajuípe, município de pouco mais de 20 habitantes, a área de excelência é a educação. O município está desenvolvendo projetos que resgatam a história local. Para isso, introduziu na rede estudos de livros de escritores locais no currículo escolar, além de levar a escola a desenvolver ações na região onde está instalada. O projeto é chamado “A Escola entra em Cena”, desenvolvida em todas as escolas do município.
Em Buerarema, os exemplos estão na área social. O município dispõe de uma rede de proteção social que inclui o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), o Centro de Apoio à Pessoa com deficiência (Caped), que é referência no estado da Bahia, e o Projeto Sentinela-Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas).
Na opinião do prefeito Orlando Filho, essa rede poderia servir de referência para a implantação em outros municípios. O prefeito afirma que a partir do diagnóstico é necessária a ação política para que os projetos se tornem viáveis.