Bahia é pioneira na reprodução de bijupirá em cativeiro

A Bahia sai na frente e consegue a primeira reprodução em cativeiro de bijupirá (Rachycentron canadum) do país. As primeiras larvas do peixe marinho já nasceram e, quando atingirem a fase de alevinos, irão povoar tanques-rede da unidade demonstrativa, instalada na Baía de Todos os Santos.
Esses são os primeiros resultados do laboratório de piscicultura marinha da Bahia Pesca, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária. O laboratório, instalado no município de Santo Amaro, na Fazenda Oruabo, possui o maior plantel (100 animais domesticados) do Brasil e tem capacidade para produção inicial de 100 mil alevinos/ano.
“A potencialidade da piscicultura de espécies marinhas vem crescendo em todo o mundo, em função da demanda de peixes pelo esgotamento dos cardumes”, explica o presidente da Bahia Pesca, Max Stern. Ele lembra que o projeto trará benefícios sociais e ecológicos. “Para quem sobrevive da pesca, é uma espécie de bastante valor comercial. Com o povoamento, também estaremos contribuindo para o equilíbrio ambiental, já que o bijupirá tem como hábitat natural o mar”, disse.
Técnicos da Bahia Pesca trabalharam durante três anos para obter esses primeiros resultados. Para tanto, contaram com a consultoria técnica de professores da Universidade de Miami e com a parceria da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap-PR). Também tiveram apoio técnico da Fundação Promar e Sesom, instituições do estado do Espírito Santo.
Segundo Stern, a iniciativa visa demonstrar aos potenciais investidores de todo o Brasil o conceito da produção de peixes marinhos, utilizando tanques-rede no ambiente marinho.
“Os animais foram capturados na Baía de Todos os Santos e passaram por uma técnica de domesticação para que a presença humana não lhes causasse nenhum tipo de estresse, fator importante no processo reprodutivo. Além disso, houve todo um acompanhamento na dieta alimentar dos peixes, para mantê-los saudáveis e aptos à reprodução”, afirmou Stern. “Podemos falar que este é realmente um marco histórico para a aqüicultura brasileira, pois se trata da primeira reprodução desta espécie em cativeiro no Brasil”.
O bijupirá tem um ótimo crescimento, chegando a pesar de seis a oito quilos em apenas um ano. É encontrado nas regiões Norte, Sudeste e Sul, porém é mais comum no Nordeste. É um peixe de escamas muito pequenas. Espécie de superfície e meia-água, vive em áreas costeiras e no alto-mar. Pode ser encontrado ocasionalmente em águas rasas com fundo rochoso ou de recife, assim como em estuários e baías.
Normalmente é encontrado sozinho ou aos pares, mas pode formar cardumes pequenos. Alimenta-se de peixes, crustáceos e lulas. A carne é saborosa e tem muitos apreciadores. É um peixe muito lutador e, portanto, muito apreciado pelos pescadores esportivos. Pode ser pescado na beira da praia, em mar aberto e próximo a ilhas e recifes.

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