São Francisco de Assis, padroeiro dos pobres

Há 800 anos, um dos mais populares santos católicos teve sua experiência de conversão, filho de um rico comerciante italiano, Francisco Bernardone renunciou a uma vida confortável para iniciar um novo tipo de vida consagrada, diferente de tudo que o mundo e a própria Igreja da época conheciam. Decidido, enfrentou a família e a sociedade e, numa cena histórica, ficou nu em praça pública em sinal de pobreza total. Hoje, aniversário de sua morte, o mundo inteiro comemora o Dia de São Francisco de Assis, um dos santos mais venerados que já houve.
Tradicionalmente, São Francisco é conhecido pelo seu amor aos animais. Em geral, as comemorações se resumem a missas festivas e bênçãos de animais. Mas um aprofundamento na biografia no santo mostra muito mais do que isso. O excessivo cuidado com os animais se estende por toda a criação e em seus escritos é comum encontrar o céu, as pedras e as árvores sendo chamadas de irmãs. Francisco tinha um amor até então incomum pela criação e, numa de suas orações mais conhecidas, mostra temor de amar mais a criação do que o próprio Deus.

Uma das maiores curiosidades sobre a vida de Francisco é que ele nunca foi padre. A opção tinha dois motivos: a vida que ele escolhera era radical demais para qualquer congregação da época e ele não se achava digno o suficiente da função. Assim como o estilo de vida que implantou em sua fraternidade, sua pregação era dura. Entre as regras, a pobreza total e o amor incondicional aos pobres. Mesmo com o choque, bastaram alguns meses para que seu estilo de vida começasse a atrair adeptos.

A passar dos anos foi cruel com o carisma franciscano. Ainda em vida, Francisco precisou combater irmãos que queriam relaxar os modos de vida, dizendo que suas propostas eram impossíveis de serem vividas. Mas o pregador da paz era espirituoso e dava a mesma resposta para irmão ou bispos. Dizia que, se a vida que propunha era impossível, então o evangelho era uma mentira.

Em 1224, aos 42 anos, Francisco recebeu em seu corpo as cinco chagas de Cristo. Ele continuou com as feridas nos últimos dois anos de vida, o que pode ter causado seu enfraquecimento. Mesmo em grande sofrimento, Francisco teve uma morte quase festiva no final da tarde do dia 3 de outubro de 1226. Sentindo que sua “páscoa” se aproximava, pediu para ser levado para o local onde passou seus primeiros anos de vida religiosas, onde permaneceu na companhia dos irmãos de fraternidade e proferiu inclusive uma bênção especial. A canonização do homem que revolucionou a Igreja do seu tempo veio dois anos depois, assinada pelo papa Gregório IX em 16 de julho de 1228.

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