Furtar energia não é privilégio de pobre, morador de invasões e favelas. Boa parte dos flagrantes de adulteração dos medidores ou de gente que faz os chamados “gatos” reside em condomínios de luxo, mansões à beira mar ou são proprietários de hotéis, indústrias e estabelecimentos comerciais. Este ano, 111 pessoas foram presas, 25 condenadas pela Justiça e 722 inquéritos abertos contra os fraudadores.
A constatação dos inspetores da concessionária de energia na Bahia, a Coelba, a cada programa para verificação do consumo, somente em Salvador, de cada 100 moradores, 14 deixam de pagar a energia que usam, utilizando artifícios criminosos, dos quais mais de 5% na Classe A.
As perdas da companhia têm atingido um patamar acima de R$ 136 milhões/ano, equivalente ao que a cidade de Vitória da Conquista consome num período de 20 meses. Como resultado desse prejuízo, o Governo perde quase R$ 30 milhões em arrecadação do ICMS. Além da capital baiana, Feira de Santana, Juazeiro, Ilhéus, Itabuna, Itaparica, Porto Seguro e Alagoinhas registram a maior incidência de perdas. Os condomínios Villas do Atlântico e Encontro das Águas também entraram na lista da polícia.
Até dezembro, a Coelba atingirá 4 milhões de clientes ativos e quer evitar prejuízos. Para isso, investe R$ 46,6 milhões em uma campanha de propaganda para alertar a sociedade quanto a atitude duplamente danosa dos consumidores, que podem ser condenados à pena máxima de 8 anos atrás das grades.
Prejuízo da Coelba com “gatos” pode chegar a R$ 140 milhões
Quase R$ 1 bilhão é o prejuízo que as distribuidoras contabilizam anualmente com as ligações clandestinas e fraudes no Brasil.