Mais de oito mil cacauicultores do Sul do estado já utilizam a técnica da clonagem como forma de combate à vassoura-de-bruxa. As novas plantas, resistentes à praga, já ocupam 22% da área plantada. Através da produção de mais de 9 milhões de mudas clonais e de 4 milhões de “garfos” (hastes a serem enxertadas no cacaueiro doente), a biofábrica do governo estadual vem revertendo o panorama da cacauicultura na região. Mais de 130 mil hectares de terra já foram renovados e a meta é atingir 300 mil dos 600 mil hectares plantados na Bahia. Atualmente, a Bahia dispõe de duas unidades de produção da biofábrica – uma na localidade do Banco do Pedro, no município de Ilhéus, e na Fazenda Jaci, na cidade de Arataca. Há também 17 unidades descentralizadas, que recebem e distribuem o material genético. O diretor geral do Instituto Biofábrica de Cacau, José Carlos Castro de Macedo, informa que as mudas são vendidas a preços subsidiados pelo Governo do Estado – R$ 0,40, enquanto o preço de custo é superior a R$ 1. A unidade de produção da biofábrica de Ilhéus é considerada o maior centro de multiplicação vegetativa do mundo e conta com 20 viveiros, cada qual com 220 mil mudas. Segundo Carlos Macedo, o processo começa no jardim clonal, de onde saem as palmas que serão estaqueadas e colocadas em pequenos tubos. Daí, são feitas as mudas que vão para os viveiros, onde ficam por três a seis meses. É lá também que acontece a compra. Considerada referência na adoção da clonagem na Bahia, a Fazenda Santa Helena, localizada no Km 8 da estrada que liga Gandu a Ipiaú, no sul do estado, próximo ao entroncamento de Nova Ibiá, tem quatro dos seus 40 hectares (10% da área total) com mais de 50 mil mudas clonais plantadas. A propriedade, pertencente ao produtor José Elísio Matheus dos Santos Filho, utiliza a técnica desde 2002 e várias mudas seminais já foram e continuam sendo substituídas pelas clonais adquiridas nas biofábricas.