Lula pode gastar até R$ 89 milhões e PSDB R$ 85 milhões

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição poderá custar até R$ 89 milhões, um valor 59% maior do que o teto de gastos registrado pelo PT em 2002. O PSDB registrou um limite de R$ 85 milhões para a campanha do candidato Geraldo Alckmin.
Os dois partidos registraram estes valores nesta quarta-feira no Tribunal Superior Eleitoral, seguindo a legislação que estabelece que os partidos têm que estabelecer um teto para as despesas de campanha. Os valores registrados incluem os dois turnos.
Tanto PT quanto PSDB acreditam que o valor arrecadado e consequentemente gasto na campanha será bem menor. “O importante é fazer uma campanha com menor gasto possível”, afirmou Alckmin.
O presidente do PT e coordenador político da campanha presidencial Ricardo Berzoini, disse que o partido ainda não tem o orçamento nem a estimativa de arrecadação, mas disse que o partido decidiu registrar um valor acima do que espera gastar para evitar problemas durante a campanha.

“Um limite muito baixo poderia criar problemas para campanha”, explicou Berzoini. “Mas ainda não sabemos quanto vamos arrecadar.”

Na campanha de 2002, o PT registrou um teto de R$ 56 milhões, e declarou gastos no valor de R$ 39 milhões.

Transparência

Para chegar nos valores atuais, Berzoini diz que o partido corrigiu os valores registrados em 2002, além de uma estimativa do custo da campanha, hoje mais barata em função das restrições da lei eleitoral a showmícios.

Questionado se o fato de o PT estar no governo ajudaria nas contribuições, Berzoini disse que o partido “não tem experiência sobre isso”.

“Talvez nosso adversário possa falar”, cutucou.

Ainda de acordo com o presidente do PT, o partido quer aumentar a transparência na divulgação de informações sobre a arrecadação e gastos de campanha.

Mas ele não soube explicar que medidas serão adotadas com esse objetivo, além do que exige a lei eleitoral.

“Estamos estudando a divulgaçao dos nomes dos contribuintes, mas isso vai depender de uma decisão política e da concordância deles.”

Caixa 2

O PT promete uma campanha sem caixa dois. “Faremos uma campanha na marca da legalidade”, afirmou o coordenador financeiro da campanha presidencial, José de Filippi Junior, prefeito licenciado de Diadema.

Berzoini disse que “pode garantir” que não haverá caixa dois, mas lembrou que esta sempre uma prática corriqueira nas campanhas eleitorais brasileiras. “Sempre houve uma leniência em relação a isso. O que precisamos agora é a definição de que vamos trabalhar no limite da lei”, afirmou.

Filippi disse que ficou três noites sem dormir antes de aceitar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto.

Fillipi disse que não tinha certeza se estaria à altura do posto e que achava que havia outras pessoas mais preparada, e admitiu que o chamado escândalo do mensalão, que acabou resultando na expulsão do partido do ex-tesoureiro da campanha anterior, Delúbio Soares, desgastou a imagem de tesoureiro de campanha.

“É só ver como estão me chamando: PC do PT, essas coisas. Espero que a gente faça diferente. A democracia precisa evoluir”, disse Filippi.

Ele usou sua primeira entrevista coletiva como tesoureiro da campanha para explicar aos jornalistas a origem da investigação contra ele que está sendo feita pelo Ministério Público. Ele foi acusado de ter tido benefício pessoal ao usar três estrelas no slogan da Prefeitura de Diadema na sua primeira gestão como prefeito da cidade, em 1995.

Denize Bacoccina

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