Denúncia ambiental

Após as considerações feitas no anexo, gostaríamos de aproveitar os estejos deste tão importante dia, 05 de junho, DIA MUNDIAL DO MEIO MBIENTE, para cobrar dos poderes públicos, em especial da Câmara de Vereadores (Comissão de Meio Ambiente); da Prefeitura Municipal de Ilhéus (Secretaria de Meio Ambiente; Fundação Livre do Mar e da Mata e Conselho de Meio Ambiente), além dos órgãos participantes do Conselho, CRA, IBAMA, INSTITUTO HISTÓRICO DE ILHÉUS, etc. respostas das correspondências enviadas a estes órgãos, denunciando o crime ambiental praticado na sede do ILÊ AXÉ LOGUNEDÉ, na rua “D” nº 53 no bairro da conquista, pois as omunidades daquela localidade já cansaram de esperar por respostas, querem ATITUDE, a mais de um ano que enviamos estas correspondências e a resposta é o silêncio, o descaso, o esquecimento, por sorte o Ministério Público não coaduna com essa letargia e já está atuando.

Meio ambiente, ecossistema, equilíbrio e educação ambiental, agro ecologia, alimentos verdes ou ecologicamente corretos, desenvolvimento sustentável… Essas são as palavras da moda. Encontros, palestras, seminários, cartas de compromisso (Carta de Quioto); acordos internacionais (Eco 92); publicações (Agenda 21); Leis (…); plataformas de governo. Tudo conspira para denotar a preocupação principal com o equilíbrio ambiental. Mas, o que há de novo realmente nisso? Por que só agora, quando quase tudo já está ontaminado,perdido, extinto ou em processo de extinção é que a sociedade se mostra preocupada?
Do modo com que as coisas são postas, até parece, que ninguém, nenhum povo, pensou nesses valores antes.
Até pode -se imaginar que todos os povos da terra jamais voltaram a atenção para uma relação harmônica entre a homens e natureza. E isso não é verdade.

Os exemplos de povos milenares e sociedades alternativas que se preocupam com o equilíbrio ecológico, ao longo da história, são inúmeros e diversos. Ta aí os índios, os Negros e tantos outros.
Infelizmente, no decorrer do tempo, o conhecimento construído por tais grupos não foi levado a sério nem pela sociedade mais ampla, nem pelos governos do mundo. Assim, os currículos e os programas escolares não incorporaram a construção desse saber, agora tido como tábua de salvação.
Ocorre, porém, que o viver em equilíbrio com os demais elementos da natureza sempre foi comum e cotidiano para o povo de santo, isto é,os integrantes de terreiros. Para esse segmento religioso-social, mesmo as cobras devem ser respeitadas, porque elas pertencem a Oxumaré, o orixá do arco-íris. E tudo que diz respeito a Orixá são sagrados e digno de respeito.
Para as comunidades de terreiro, não é possível viver sem as fontes, as lagoas, os rios, as cachoeiras, o mar, a mata, os animais,enfim, a fauna e a flora. Tudo isso faz parte do equilíbrio orixá – humano – natureza. E um sem o outro, não se completa, não atinge a plenitude da vida. As roças (Como são chamados os Terreiros) onde se fixaram esses Templos Religiosos de Matriz Africana constituem em espaços singulares e exemplares para essa compreensão. Lá se conserva a fauna e a flora, através delas rende-se culto aos orixás e sem elas não existe culto.
O povo de santo não macula a terra, pois ela é o elemento que representa Obalwaiyê.
Não ofende as águas, pois elas são o elo de ligação com Oxun e Yemanjá. Não desmata a mata, pois ela é a casa de Oxossi e Ossain, o seu reino, sua morada. Viver sem as folhas, as raízes, os frutos, os legumes, é inconcebível para o povo do Axé. KÒSI EWÉ KÒSI ORIXÁ / EGUN GUN, SEM FOLHA NÃO HÁ ORIXÁ OU ANCESTRAIS: é assim que o candomblé estabelece o tripé fundamental que estrutura e sustenta o terreiro. Os animais também estão intríssicamente ligados ao divino, Por exemplo: o cachorro é de Ogun, o Cágado de Xangô, o Pombo de Oxalá. Zelar pelos elementos da natureza, para um fiel das Religiões de Matrizes Africanas, é cuidar de OLORUN(Deus), é cuidar de si mesmo.
Por isso estranhamos o estardalhaço ecológico atual. Para nós, isso é tão velho quanto o mundo, nasce conosco, está no nosso modus vivendi, no cotidiano, em cada ação ou gesto, não retiramos da natureza mais do que o necessário e nunca sem permissão dos reais donos, não depositamos nela nada que não seja degradável e que sirva de alimento a fauna, nossas oferendas são postas em vasos de barro( biodegradáveis).Resta aos que não sabem ou não sabiam disso, a disposição para começar a aprender com quem sempre soube.

KÒSI OMIN KÒSI ORIXÁ / EGUN GUN, ILÚ AIYÊ; SEM FOLHA NÃO HÁ ORIXÁ, ANCESTRAIS, NÃO HÁVERÁ PLANETA TERRA.

Nzaambi Kakala Yeto
Deus está conosco
Valério Bomfim
Ó gà Ilê Axé Logunedé
Presidente / YABÁS.

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