Seleção inicia temporada de ‘carnaval’ na Suíça

A Seleção Brasileira desembarcou nesta segunda-feira na pequena cidade de Weggis, na Suíça, e deu início a uma temporada de agitação que promete abalar a pacata rotina da população local durante as próximas duas semanas.
Durante toda a tarde, os 23 jogadores que defenderão o Brasil na Copa foram chegando em grupos separados ao luxuoso hotel que vai abrigar a Seleção durante a fase final de preparação para o Mundial.
Os primeiros a chegar foram os três jogadores que atuam no Milan: Kaká, Cafu e Dida, que viajaram juntos, de carro, da Itália até Weggis. Outros seis atletas chegaram em seguida, inclusive o atacante Ronaldo, que chegou à Suíça depois de passar alguns dias de férias em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A maior parte delegação, incluindo o técnico Carlos Alberto Parreira, o meia Ronaldinho Gaúcho e outros 12 jogadores, chegou ao hotel em um ônibus, que buscou os atletas em Zurique, onde pousou o avião com os jogadores que estavam no Brasil. O último a se apresentar foi o meia Juninho Pernambucano.

A cada chegada, o esquema de segurança que cerca a Seleção em Weggis entrava em ação para evitar o contato dos jogadores com o batalhão de jornalistas e torcedores que se aglomeraram na porta do hotel.

A ‘platéia’ incluía cerca de 50 admiradores da Seleção. A maior parte dos fãs era formada por brasileiros que vivem na Suíça e por crianças e adolescentes que moram na região de Weggis.

Sem poder se aproximar dos jogadores, os torcedores tiveram que se contentar com os acenos dos atletas. Além da delegação oficial da Seleção e dos funcionários do hotel, apenas equipes de televisão da Rede Globo tiveram acesso aos jogadores.

Euforia

Todo o esforço da CBF para isolar os jogadores na chegada a Weggis contrasta com o clima de euforia que cerca os preparativos para os treinamentos da Seleção na cidade.

Com pouco mais de 4 mil habitantes, a cidade de Weggis fica à beira de um dos braços do lago Lucerna, a pouco mais de uma hora de Zurique. A montanha Rigi, no outro lado do lago, completa a belíssima paisagem local.

A estadia da equipe brasileira em Weggis foi patrocinada por um empresário da região, que gastou cerca de US$ 2 milhões para construir o centro de treinamento e toda a estrutura necessária para receber a Seleção e para convencer a CBF a ‘adotar’ a cidade.

O campo onde os jogadores brasileiros vão treinar terá o mesmo tipo de gramado que será utilizado na Copa e as arquibancadas foram preparadas para receber 5 mil torcedores. Todos os ingressos para os treinamentos da Seleção no local foram vendidos.

Em volta do centro de treinamento, dezenas de barracas foram montadas para que comerciantes locais possam tirar proveito da movimentação na cidade.

A maior parte dos produtos à venda faz referência à passagem da Seleção por Weggis e abusa do tradicional verde-e-amarelo. Réplicas da camisa do Brasil também estão à espera dos francos suíços que acompanham os torcedores que assistirão aos treinos.

Para completar o ambiente, algumas barracas têm música baiana como trilha sonora e cartazes anunciam apresentações de passistas de escolas de samba.

Por toda a cidade, bandeiras do Brasil e da Suíça aparecem lado a lado e a simpática população da região, que inclui uma significativa colônia portuguesa, se esforça para receber bem os brasileiros.

Exames médicos

Apesar da grande ansiedade dos moradores de Weggis, o esperado encontro entre os torcedores e a Seleção só deve ocorrer na tarde de quarta-feira, quando será realizado o primeiro treino no campo da cidade.

Nesta terça e na manhã de quarta, os 23 jogadores serão divididos em três grupos e vão passar por exames médicos na clínica Swiss Paraplegic Center, na cidade de Nottwill, perto de Lucerna.

De acordo com José Luís Runco, médico da Seleção, os exames vão revelar as condições cardiológicas, ortopédicas e musculares dos jogadores e servirão para definir o tipo de atividade física que cada atleta terá pela frente nas próximas semanas.

Após o primeiro contato em Weggis, Runco disse que a condição física dos atuais jogadores é melhor do que a dos atletas que defenderam a Seleção na Copa de 2002.

“Sem dúvida, estou com menos problemas do que em 2002, quando tínhamos o Ronaldo e o Rivaldo machucados”, afirmou o médico da Seleção.

Runco acrescentou que mesmo Ronaldo e Cafu, que só há pouco tempo se recuperaram de contusões recentes, devem participar normalmente dos treinamentos.

BBC

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