América do Sul é principal fabricante e exportador de cocaína

A América do Sul, especialmente a Colômbia, continua sendo o principal fabricante e exportador mundial de cocaína, enquanto o cultivo da folha de coca se estende para regiões e países não afetados antes, informa um relatório 2005 da Junta de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) divulgado nesta terça-feira.
Segundo os dados da instituição –órgão autônomo do sistema das Nações Unidas–, a plantação de coca aumentou na Colômbia, Bolívia e Peru em 2003, após “três anos de diminuição”.
Os cultivos aumentaram 158 mil hectares nestes três países, o que equivale a 3% em comparação a 2003.
Até mesmo na Colômbia, onde a superfície total das plantações continuou diminuindo –ao passar de 86 mil hectares em 2003 para 80 mil hectares em 2004–, “cerca de 60% dos plantios eram novos”.
á no Peru, a ONU calcula que a superfície total dos cultivos de coca aumentou 14% e chegou a 50,3 mil hectares, enquanto na Bolívia aumentou 17%, chegando a 27,7 mil hectares, dos quais 41% estão em parques nacionais.

No ano passado também aconteceram erradicações do cultivo em 8.437 hectares, valor menor que o dos três anteriores.

“Além disso, continuam existindo cultivos ilegais de droga no Equador e na Venezuela, em áreas próximas à fronteira com a Colômbia, embora de forma limitada e esporádica”, informa a Jife.

A Junta calcula que o volume total do potencial de fabricação da droga em 2004 foi de 687 toneladas, um aumento de 2% com relação ao ano anterior.

Além dos cultivos, também houve um aumento da fabricação da droga, que também chegou a países como Argentina e Uruguai, onde antes não havia esta atividade.

Brasil

Já Brasil, Equador, Venezuela e Suriname são as nações mais utilizadas pelos narcotraficantes como rota para contrabandear cocaína para os EUA e para a Europa.

A região também assiste, em menor escala, à fabricação de heroína, que praticamente só ocorre na Colômbia, com cerca de 4.000 hectares, e no Peru, com 1.400 hectares, e esporadicamente na Venezuela.

Essas superfícies corresponderiam a um potencial de fabricação anual de cinco toneladas na Colômbia e de uma tonelada no Peru.

Segundo a Jife, o consumo de droga se concentra no cannabis (maconha e haxixe) e na cocaína, porém varia muito de país para país.

No Paraguai, por exemplo, apenas 0,7% da população provou cocaína alguma vez, enquanto no Peru cerca de 4% da população com mais de 12 anos já provou a droga, segundo dados da ONU.

O abuso de morfina e da heroína “não é um problema grave na América do Sul”, mas está aumentando na Argentina e em outros países andinos, especialmente entre os jovens, o que causa inquietação para a ONU.

A fabricação de substâncias psicotrópicas também é limitada. Entretanto, algumas delas, como o ecstasy, são comercializadas e consumidas cada vez mais em países como Colômbia, Venezuela, Equador e Peru.

O que causa preocupação na Argentina, no Chile e no Uruguai é o abuso de sedativos, que está no segundo lugar de drogas consumidas após a maconha, e o de estimulantes, que alcança um nível similar ou inclusive mais elevado que o da cocaína.

Efe

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