Os pacotes turísticos já são mais baratos na chamada baixa temporada. O que seria, então, um preço baixo? Responde José Zuquim, presidente da Braztoa (associação das operadoras de turismo): “Os preços terão que ser 30% mais em conta, pelo menos, do que os de baixa temporada”.
A expectativa é que todos os agentes envolvidos criem a tarifa “Vai Brasil”, mais baixa do que as aplicadas hoje.
E como vai funcionar? A idéia exposta é que o cliente entre no site do programa, consulte os pacotes disponíveis para o destino o período que deseja, opte por um e feche o negócio na agência de viagens que escolher –seja a mais próxima, seja a de sua confiança.
Embate
À primeira vista, a idéia parece convidativa a todos os envolvidos no mercado. Mas, em reunião ontem em São Paulo com todos os que deveriam estar envolvidos, ficou claro que ainda há, e muitas, arestas a aparar. Tanto que o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, começou o encontro de maneira direta: “Ainda não senti firmeza em que as empresas vão mesmo disponibilizar aquilo que está ocioso”. E depois: “Quero sair daqui com um sim integral ou com um não integral”.
Segundo vários dos envolvidos, os mais interessados no programa são os hotéis. Os mais reticentes, as companhias aéreas.
E elas, consideradas essenciais para a viabilização do programa, só tomaram a palavra quando instadas. E alegaram problemas de ordem técnico-operacional para embarcar de vez no projeto –solucionáveis, disseram.
“Esse programa é o próprio DNA da Gol, pois nosso objetivo é popularizar o transporte aéreo”, afirma Tarcísio Gargioni, vice-presidente de marketing e serviços da Gol. “Mas nosso sistema é diferente do da TAM e da Varig, por exemplo, pois não fazemos reservas e sim vendas de passagens. Então teremos que ver como solucionar essas diferenças.”
Humberto Folegatti, da BRA, fez uma conta simples: “Se temos 44 milhões de desembarques nacionais [o total do ano passado, segundo a Infraero] e 30% de ociosidade, ainda temos disponíveis 15 milhões de assentos em um ano”.
FABÍOLA SALANI
da Folha de S.Paulo