Prorrogada dívidas dos cacauicutores por 5 anos

Parte da dívida dos 1.620 produtores, que totaliza R$ 270 milhões, foi prorrogada por até cinco anos, enquanto contratos que venceriam em 30 de janeiro de 2006 passam para o final da fila de pagamento. Os prazos de renegociação é de no mínimo 5 e no máximo 15 anos.
Os cacauicultores vão ganhar com a decisão pelo menos dois anos de carência de suas dívidas. Além disso, os que já estão inadimplentes terão seus cadastros regularizados nas instituições de crédito e cobrança.
Segundo as autoridades, os produtores terão que refazer seus cadastros, rever o perfil da dívida e recompor as condições de pagamento dentro do que ficou acertado na reunião do Conselho Monetário Nacional.
Não se trata de perdão das dívidas, mas de renegociação. Os que acertarem as condições ficarão aptos a obter outros financiamentos oficiais ou particulares, o que estavam impedidos de fazer devido à inadimplência.

Serasa
Os produtores devem procurar a agência do Banco do Brasil onde obteve seu financiamento, atualizar o cadastro e assinar os aditivos depois de analisar com o gerente qual a condição mais adequada para seu contrato.
Cacauicultores da lista virtual Cacau recomendam que os produtores procurem a agência do BB de Itabuna, mesmo que tenham fechado contrato em outra cidade, pois “as demais não sabem de nada”, como observou um deles.
É importante observar que todos os contratos não pagos até dia 31 de janeiro vão gerar a inclusão do produtor no Serasa, até que o CMN envie o comunicado oficial para o banco e ele seja publicado no Diário Oficial.
A prorrogação das dívidas foi uma vitória do Grupo Temático do Cacau, que atuou tecnicamente junto aos ministérios da Fazenda e da Agricultura em Brasília e inclui o superintendente da Ceplac, Gustavo Moura, e Joaquim Cardoso.
Mas o benefício é só um dos problemas do cacau. O aumento do salário mínimo para R$ 350 a partir de abril vai pesar nas despesas das fazendas, sem que exista uma contrapartida do preço da arroba, que continua baixo, na casa dos R$ 50.
A produção, que em 2005 foi muito boa, ainda não tem uma previsão definida para 2006. Algumas áreas devem manter a produção obtida até dezembro, outras podem cair.
Além disso, o setor tem sobra de “padrinhos” que apenas “pongam” nas boas notícias e falta de lideranças reais.

A Região

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