A liminar foi concedida pelo juiz Antonio Correia, da 9ª Vara da Justiça Federal de Brasília, por meio de uma ação popular apresentada pelos engenheiros Ruy Roberto Oliveira Bottesi e Marcelo Peral Rengel. Eles fazem parte de um grupo de consumidores e entidades que entraram com ações semelhantes na Justiça.
Segundo Flávia Lefèvre, advogada da ação popular, o movimento de consumidores quer o detalhamento das contas telefônicas já a partir de janeiro –pelos novos contratos, isso seria obrigatório apenas a partir de agosto–, um novo modelo para a mudança da cobrança de pulsos por minutos, a alteração na forma de reajuste das tarifas e um plano geral de competição.
Outra queixa é sobre o reajuste das tarifas. Segundo Lefèvre, pelos novos contratos, a operadora pode corrigir os seus serviços pela inflação mais 5%. As entidades de defesa do consumidos pedem o fim da correção acima da inflação.
Para Antonio Carlos Peres, coordenador-executivo da Abradecel (Associação Brasileira de Defesa dos Moradores e Usuários Intranqüilos com Equipamentos de Telecomunicações Celular), o atual modelo deixa exclui da telefonia fixa as classes mais carentes da população.
“A nossa crítica é com o governo federal, que não teve pulso para exigir que a anatel assegurasse uma contrapartida das operadoras, como o telefone social”, disse.
Os novos contratos da telefonia fixa irão valer a partir de janeiro e pelos próximos 20 anos. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já mudou por diversas vezes a data da assinatura para ter mais tempo de definir as novas regras vigentes para o setor.
Entre as principais regras que a Anatel já definiu estão o novo índice para a correção das das tarifas de telefonia, a conversão da cobrança do sistema de pulsos para minutos, o detalhamento da conta em caso de pedido do consumidor e a obrigatoriedade das operadoras (Embratel, Telemar, Brasil Telecom, CTBC Telecom, Sercomtel e Telefônica) em oferecer o Aice (Acesso Individual Classe Social), um serviço de telefone fixo pré-pago com assinatura mensal mais barata.
A Anatel já foi notificada e analisa o teor da decisão da Justiça.
ANA PAULA RIBEIRO