O evento prossegue até sexta-feira(2), no auditório do 5ª andar do edifício José Haroldo Castro Vieira, na Universidade Estadual de Santa Cruz –UESC, (Ilhéus/BA) reunindo pesquisadores em genética e biologia molecular da Unicamp, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), UESC, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e os representantes de grupos empresariais que estão participando do Programa.
Pós-genômica
Para o Dr. Julio Cézar de Mattos Cascardo, professor e pesquisador da Uesc, “ A fase inicial a que o Programa se propôs está terminando. Existem vários projetos em andamento, decorrentes do Genoma cacau, que podemos agora chamar de fase pós-genômica, foco dessa discussão. Nós já estamos entendendo como o genes funciona, como a planta reage e isso vai permitir, que em poucos anos, esses conhecimentos sejam transferindos para o melhorista. Estamos descobrindo quais as funções que os gens exercem na planta. Isso vai acelerar o melhoramento do cacaueiro que é uma planta perene, portanto só a técnica molecular permite acelerar isso”.
Segundo o pesquisador da UESC foi identificada uma série de genes que potencialmente estão envolvidos ou na virulência do patógeno – no caso do genoma do fungo – ou na resistência da planta, que são trabalhos paralelos. Estamos começando a validar se a presença ou ausência de determinado genes tem a relação com a resistência ou a suscetibilidade a doença. Comprovado isso podemos partir para acelerar o melhoramento.” Ele não quer falar em prazos. Acha que o Programa e os projetos decorrentes dele levaram as pesquias para 20 anos à frente emtermos do que havia de conhecimento sobre a vassoura-de-bruxa.
História
A sugestão para criar o programa Genoma Vassoura-de-bruxa partiu do professor Gonçalo Amarante Guimarães Pereira. Nascido na Bahia, tem uma grande preocupação com os impactos econômicos e sociais provocados pela derrocada da cacauicultura, sobretudo a do sul do seu Estado. As conseqüências do impacto causado pelo ataque da vassoura-de-bruxa são graves. Em 1987 a produção brasileira de cacau era de 400 mil toneladas/ano.
Dois anos depois, a doença começou a atacar e fez com que, em uma década, o Brasil passasse a produzir apenas 100 mil toneladas anualmente. A esse problema somou-se a queda brusca do preço do produto no mercado internacional de US$ 4 mil a tonelada para apenas US$ 650.
No Sul da Bahia, o faturamento do segmento, que era de US$ 1,5 bilhão ao ano, despencou para US$ 60 milhões. O resultado disso tudo foi a geração de 300 mil desempregados e a favelização das principais cidades e o aumento da violência em toda a região. Os trabalhos, que deverão consumir mais de R$ 2,5 milhões, contam com financiamento do governo do Estado da Bahia e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).