Fatores como caça, poluição, destruição de habitat e o uso de sonares militares (que interfeririam na habilidade dos animais caçarem e se comunicarem) também ameaçam a sobrevivência dos cetáceos, alerta a agência da ONU, que defendeu a melhora das leis internacionais que protegem os animais.
Os dados foram divulgados durante uma reunião dos signatários da Convenção sobre Espécies Migratórias na sede do Unep, em Nairóbi, no Quênia.
O Unep também defende que as atuais leis de proteção sejam estendidas a outras sete espécies.
“Pequenos cetáceos estão entre as criaturas mais bem amadas e carismáticas do planeta”, disse o diretor-executivo do Unep, Klaus Toepfer.
“Infelizmente essas qualidades não podem protegê-los de uma ampla variedade de ameaças; portanto, eu endosso totalmente medidas para fortalecer a sua conservação por meio da Convenção sobre Espécies Migratórias e outros acordos similares.”
800 mortes por dia
Um estudo feito há dois anos indicou que cerca de 800 cetáceos morrem todos os dias ao ficar presos em redes de pesca.
O diretor da Sociedade para Conservação do Golfinho e da Baleia, Mark Simmonds, acredita que, por mais drásticos que os dados pareçam, o relatório do Unep pode estar subestimando a verdadeira dimensão do problema.
“Nós sabemos muito pouco de muitas dessas espécies, particularmente daquelas de profundidade”, disse Simmonds, de Nairóbi, à BBC.
“Por outro lado, nós sabemos o suficiente para dizer que de forma geral que todos os golfinhos de água doce estão ameaçados. Na verdade, o próximo mamífero a entrar em extinção provavelmente será uma espécie de golfinho de água doce – é grave assim.”
Outras medidas estão sendo debatidas no encontro, incluindo uma proposta para incluir a população do Mediterrâneo de golfinhos-de-bico-curto no Apêndice I, o mais rígido da convenção.
Isso obrigaria os países a restaurar o habitat natural dos animais e mudar práticas que estão contribuindo para a queda da população – neste caso, principalmente a diminuição dos estoques de sardinhas.
BBC