A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia (Semarh), em parceria com o Instituto Dríades, realizam, nesta sexta-feira (4), a abertura do processo de elaboração da Lista de Espécies Ameaçadas do Estado da Bahia e a primeira reunião de coordenadores de grupos biológicos. Os trabalhos, sob a coordenação da professora Sofia Campiolo (Uesc), envolverão especialistas de todo o Estado e de outras regiões do País. A iniciativa coloca a Bahia entre os primeiros estados brasileiros a contar com um instrumento de avaliação e proteção da fauna ameaçada de extinção, ocupando uma posição de destaque na conservação do patrimônio natural. A abertura oficial dos trabalhos está prevista para as 9,00 horas, no auditório do Ed. José Haroldo, no campus da Uesc.
A pesquisadora diz que a extinção de espécies é um dos maiores problemas ambientais deste início de século. “Nos últimos 40 anos – enfatiza – mais de 450 espécies foram extintas pela ação do homem, e tudo indica que esse número crescerá, caracterizando um novo período de extinção em massa na história da vida na Terra”. Esclarece, que no Estado da Bahia vivem animais que não ocorrem em nenhum outro lugar do planeta, como a arara-azul-de-lear e a lagartixa-do-abaeté. “É necessário conhecer as espécies que correm risco de extinção, no território baiano, e quais delas já desapareceram. A presença dessas espécies é necessária para garantir a manutenção e recuperação de nossos ecossistemas”.
Duplo desafio
Sofia Campiolo (foto) revela também que “nosso Estado é internacionalmente conhecido por sua biodiversidade, que se deve aos diversos biomas aqui existentes, como a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado e os ambientes marinhos. “Por isso, enfrenta um duplo desafio: a responsabilidade pela conservação desse patrimônio e, ao mesmo tempo, a oportunidade de encará-lo como uma peça essencial para o nosso desenvolvimento”. E acrescenta: “Mais do que nunca precisamos identificar os principais fatores que ameaçam animais e plantas e estabelecer nossas prioridades de ação. Nesse contexto, as listas de espécies ameaçadas, elaboradas com rigor científico e oficialmente reconhecidas, constituem instrumentos poderosos para orientar os esforços conservacionistas”.
As atividades serão abertas com a presença do reitor Antônio Joaquim Bastos, da Semarh e de pesquisadores de diversas universidades do Estado, entre as quais, Uesb, Ufba e Uefs. Após a abertura será realizada uma reunião de trabalho entre os coordenadores responsáveis pelos diversos grupos de animais e plantas que serão enfocados, para a discussão de critérios e metodologia a ser implementada.