De acordo com a pesquisa, os brasileiros das classes mais baixas gastaram cerca de R$ 3,8 bilhões só em passagens de ônibus em 2003. Para este ano, a expectativa é que o número chegue a R$ 4,5 bilhões.
“Não conhecemos o turismo do país. Não sabemos para onde o brasileiro viaja, qual a sua motivação. Por isso a relevância de um estudo como este”, afirmou Zuanazzi.
Quanto ao tipo de despesas, 16% desses turistas hospedam-se em hotéis e pousadas, 23% se alimentam em bares, lanchonetes e restaurantes e 3% já viajam de avião.
Um dado que chamou a atenção dos pesquisadores é que 92% dos turistas de baixa renda, também chamados turistas populares, pagam suas viagens à vista.
Segundo Alexandre dos Santos, superintendente da área de desenvolvimento econômico e social do Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) –que participou do trabalho junto com o Ministério do Turismo–, o número aponta a importância do microcrédito: “O turista popular acredita que as viagens seriam muito mais viáveis se o pagamento pudesse ser parcelado.”
Os resultados da pesquisa sobre turismo nas classes C,D e E serão apresentados na reunião de todos os grupos técnicos temáticos de turismo social, de 8 a 10 de dezembro, em Brasília.
Segundo Tânia Brizolla, diretora dos programas de regionalização do Ministério do Turismo, o trabalho dos grupos será transformado em um livro com o objetivo de “organizar políticas que gerem melhoraria das condições e a redução do impacto do desenvolvimento da sociedade”.
Folha Online