Os médicos do Hospital Harefield, em Middlesex, utilizaram uma sonda especial que transforma o tumor pulmonar numa bola de gelo.
O tratamento foi testado em 16 pacientes com sucesso. Sete deles foram operados há mais de um ano e continuam livres da doença.
Criocirurgia
Segundo Omar Maiwand, cirurgião que liderou as operações, apenas na Grã-Bretanha pelo menos 2 mil pacientes de câncer de pulmão podem ser beneficiados anualmente pelo novo procedimento.
“A remoção do pulmão é o tratamento escolhido para pacientes em estágios iniciais de câncer pulmonar”, disse ele.
“Entretanto, para cerca de 20% desses pacientes a remoção do pulmão atingido não é possível, porque isso os deixa com graves problemas respiratórios e baixa qualidade de vida.”
No método utilizado, chamado de criocirurgia, os médicos fazem um corte de cerca de 12 cm no peito para que a sonda possa atingir diretamente o tumor.
O tecido do tumor é resfriado com nitrogênio líquido e depois ele se dissolve dentro do corpo num período de três a seis meses. Os especialistas acham que isso não traz riscos de metástase – até agora os resultados foram bons.
A cirurgia é menos invasiva que o método convencional, e o tempo de recuperação costuma ser menor – pacientes tratados com a criocirurgia podem voltar para casa após quatro dias.
A criocirurgia não é um método novo, já tendo sido aplicado em outros órgãos e tecidos do corpo.
Mas a equipe da Grã-Bretanha acredita ter sido a primeira a aplicar o procedimento ao câncer de pulmão.
O especialista da organização Cancer Research UK, Siow Ming Lee, afirma, porém, que ainda é cedo para que o método seja confirmado como uma prática segura.
“Este é um estudo pequeno e mais estudos são necessários para esclarecer o papel da criocirurgia direta em comparação com o procedimento convencional de radioterapia e quimioterapia”, afirmou ele.
BBC