Uesc participa da criação do Condomínio Digital

A criação do primeiro complexo empresarial na área de tecnologia da informação da Bahia conta com o a participação efetiva da Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, situada em Ilhéus. O Condomínio Digital vai funcionar no prédio do extinto Instituto do Cacau da Bahia, no Comércio, em Salvador, contando com uma infra-estrutura avançada de telecomunicações e serviços de suporte, apoiada por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), responsável pela coordenação e articulação de projetos cooperados de pesquisa e desenvolvimento, de estratégias de negócios e de programas de capacitação nas tecnologias de informação e comunicação (TICs).
A iniciativa da Uesc em doar o prédio vai permitir o fortalecimento do Pólo de Informática de Ilhéus na capacitação e integração das empresas com os institutos de pesquisa. Também irá otimizar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), potencializando a produção de inovação, estimular a demanda por software embarcado, através da articulação com os Arranjos Produtivos Locais (APLs), de software em Salvador. Está inserido no contexto o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Informática de Ilhéus – Cepedi, também sob a gestão da Universidade.

O Pólo de Ilhéus é responsável pela produção de 40% dos equipamentos de informática comercializados formalmente no país. Conta hoje com três indústrias do setor elétrico, vinte e uma do segmento eletrônico, duas de telecomunicações e quarenta e oito da área de informática. Segundo os dados fornecidos pela Secretaria da Fazenda da Bahia geraram um faturamento, em torno de 1,4 bilhão de reais.

Os Benefícios

Na opinião do reitor Antônio Joaquim Bastos da Silva, “a contra-partida beneficia diretamente a Uesc. O Governo do Estado deverá investir na implantação de novos laboratórios para pesquisas visando o aprimoramento da base científica voltada para área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), através dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia em Produção e Sistemas”. O objetivo da parceria é aumentar a massa crítica de mão de obra qualificada, principalmente no sul da Bahia, voltada para as TIC e potencializar os projetos de pesquisa e desenvolvimento, gerando mais inovação e valor agregado à produção científica local.

A proposta da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em criar o Condomínio Digital, surgiu a partir da constatação de que um dos principais obstáculos ao desenvolvimento do setor de Tecnologia e Informação (T.I.), era a falta de articulação entre as empresas, o poder público e as instituições de pesquisa e desenvolvimento. Lançado pelo Governo do Estado no ano passado, o projeto se propõe a catalisar as relações entre os três grupos. O estreitamento dessas relações será obtido através do estimulo às empresas da base tecnológica, e da sua articulação com as universidades e centros de pesquisa.

O Condomínio

O Condomínio Digital não será apenas o primeiro complexo tecnológico de ponta da capital baiana, funcionando com uma estrutura de shopping center. Constitui-se uma decisão política do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura da Cidade do Salvador, para revitalizar toda a área do Comércio, na Cidade Baixa, importante centro de atividades comerciais e financeiras, no passado, que a expansão urbana deslocou para outras áreas. Essa mudança de eixo resultou num processo de degradação desse espaço ao longo dos anos. Na atualidade, a área do Comércio começa a ser revitalizada com a instalação de marinas, hotéis, novas empresas e outros empreendimentos privados, em resposta às ações de infra-estrutura e incentivos proporcionadas pelo poder público.

Gerando cerca de três mil novos postos de trabalho para profissionais qualificados, o Condomínio, localizado numa área útil de 20 mil metros quadrados, prevê, além do Instituto do Conhecimento, com sala multimídia, incubadoras de empresas, sala de treinamento e capacitação, abrigar nos seus quatro pavimentos e um mezanino salas empresariais, agências bancárias, restaurante, centro de convenções, livraria, sala de entretenimento e vários outros equipamentos. Até o momento, mais de 60 empresas já manifestaram interesse em se instalar nesse complexo empresarial-tecnológico.

Um pouco de história

O prédio, construído no século passado, pelo então Instituto de Cacau da Bahia (ICB), marcou, não só, a pujança da lavoura cacaueira baiana. Instalado nas proximidades das docas de Salvador, teve um importante papel de logística de escoamento da produção de cacau, que dali era exportado, por via marítima, para os principais centros consumidores do mundo. Destacou-se no cenário da Cidade Baixa, pela sua arquitetura arrojada e imponência, como símbolo do quanto representava o cacau para a economia do Estado. Com a extinção do ICB, o imóvel, desvirtuado em suas finalidades, foi incorporado ao acervo da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, pelo governo estadual.

Por imposição do progresso gerado pela era tecnológica e do conhecimento, o prédio do então Instituto de Cacau, que foi um ícone da economia baiana no século passado, não desaparece com a criação do Condomínio Digital de Salvador. Transmuta-se em ícone urbano de um setor moderno e vigoroso da economia, que é a Tecnologia de Informação e Comunicação, cujos benefícios não se limitarão apenas à capital do Estado e à Região Metropolitana, mas se irradiará também para os vários pólos de desenvolvimento implantados no território baiano.

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