“Os Ministérios da Agricultura, da Construção e da Energia fizeram pedidos de US$ 132 milhões (R$ 306 milhões) e empresas privadas fecharam negócios de US$ 112,5 milhões (R$ 261 milhões)”, disse Quirós.
Segundo ele, US$ 17,5 milhões (R$ 40 milhões) em negócios foram concluídos durante os três dias da feira – que terminou nesta quarta-feira – enquanto outros U$ 95 milhões vêm de contratos iniciais, com entregas e pagamento para os próximos 12 meses.
Quirós diz que estas vendas viabilizam o projeto do governo federal de instalar um centro de distribuição de produtos brasileiros na Jordânia.
“Precisávamos de uma garantia de negócios de pelo menos US$ 100 milhões (R$ 232 milhões) para que pudéssemos instalar um centro de distribuição aqui. Se as previsões se confirmarem, vamos instalar o centro no ano que vem”, disse.
As condições de segurança dificultam as operações dentro do Iraque, tanto que a própria feira para discutir a participação brasileira na reconstrução teve que ser realizada num país vizinho.
“Há muitos empresários iraquianos instalados aqui na Jordânia e em outros países da região com os quais o Brasil pode ter um contato mais fácil”, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque, Jalal Chaya.
Mas o iraquiano radicado no Brasil diz que o país tem áreas, no norte e no sul, onde as condições de segurança são boas e negócios poderiam ser feitos mais diretamente.
Juan Quirós diz que o contato com compradores do Iraque revelou que atualmente os produtos brasileiros estão chegando ao país encarecidos pelo ágio cobrado pelos intermediários e, em alguns casos, com a validade vencida.
Ele diz que a Apex vai estudar a proposta feita pelas autoridades iraquianas de instalação de um centro de distribuição também no norte do Iraque.
Produtos
Segundo a Apex, entre os 14 setores representados na feira, os que mais se destacaram foram os de alimentos, material de construção, equipamentos médico-hospitalar, máquinas e serviços para indústria petrolífera e equipamentos e máquinas agrícolas.
O evento contou com a participação de 500 empresas brasileiras e foi visitado por cerca de 1,5 mil empresários iraquianos.
“No pico, em 1985, o comércio bilateral com o Iraque atingiu US$ 2,4 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 630 milhões. Até a Guerra do Golfo, eles importavam 480 itens do Brasil”, diz Quirós.
No primeiro semestre deste ano, as exportações do Brasil para o Iraque foram de apenas US$ 9 milhões.
BBC