FLÁVIO COSTA CONTINUA VICE LIDER DO SUPER SURF

Os surfistas nordestinos aproveitaram muito bem a única etapa do SuperSurf 2005 realizada em sua região e dominaram o pódio na Costa do Sauípe. A potiguar Alcione Silva impediu a conquista antecipada do bicampeonato brasileiro pela cearense Silvana Lima, derrotando-a na última bateria feminina. Já a categoria masculina foi encerrada com uma inédita final 100% paraibana e a nova geração levou a melhor, com Jano Belo, 23 anos, superando seu ídolo Fábio Gouveia, 36, para faturar sua primeira vitória na divisão principal do Circuito Brasileiro Profissional. Com o resultado na Bahia, a definição dos títulos máximos do surfe nacional ficou para a última etapa do SuperSurf 2005, nos dias 13 a 17 de outubro na Praia de Itamambuca, em Ubatuba (SP).
Um total de oito surfistas ainda tem chances matemáticas de ser o campeão brasileiro da temporada. Gouveia poderia ter assumido a ponta do ranking se vencesse o SuperSurf da Costa do Sauípe, mas com o vice-campeonato acabou ficando em quarto lugar. O campeão na Bahia, Jano Belo, subiu da 18.a para a terceira posição, com o paulista Beto Fernandes continuando na frente e o baiano Flávio Costa mantendo-se em segundo lugar no ranking que continua totalmente embolado.
“Só em estar na final com o Fabinho eu já estava muito feliz e ter vencido então foi a realização completa de um sonho que eu tinha desde criança”, falou Jano Belo, que veio derrubando favoritos com grandes apresentações desde a primeira fase da competição. “Eu consegui surfar bem nessas condições de mar e sabia que poderia ganhar o campeonato, independente do adversário. Fiquei amarradão do Fabinho ter se classificado na segunda semifinal, sempre quis disputar uma bateria contra ele, só que nunca imaginei que seria numa final. Não tenho nem palavras, estou muito emocionado”, confessou Jano Belo.

No último dia do SuperSurf na Costa do Sauípe, ele primeiro despachou o paulista Tadeu Pereira no primeiro confronto do dia e começou a grande final com iguais 5,67 pontos em suas duas primeiras ondas. Fábio Gouveia largou com uma nota 6,67, porém não encontrou nenhuma outra onda boa, ao contrário de Jano Belo, que arrancou nota 7,67 em sua última apresentação para fechar o placar em 13,34 x 10,77 pontos. Pela vitória, faturou 22.000 reais de prêmio e também entrou na briga pelo título de campeão brasileiro profissional da temporada 2005.

“É um lance meio inesperado para mim e agora vou com tudo lá para Ubatuba. Minha primeira meta aqui era entrar na elite dos top-16, consegui vencer e fui lá para o terceiro lugar, então vou ainda mais concentrado para disputar o título na última etapa. Sempre sonhei em ser campeão brasileiro, não esperava que essa chance viesse tão cedo, mas se for da vontade de Deus, quem sabe? Itamambuca é uma onda muito perfeita, desde moleque vou para lá e vamos ver no que vai dar”, disse Jano Belo.

PRINCIPAL CANDIDATO – Mas, de todos os oito candidatos as maiores chances são de Fábio Gouveia, que vai estrear em Ubatuba já defendendo a liderança do ranking. Isso porque cada atleta computa os quatro melhores resultados e todos terão que trocar pontos na etapa final do SuperSurf 2005, enquanto Fabinho não competiu na segunda etapa e só completará seu quarto resultado na Praia de Itamambuca.

“Cara, o moleque pegou demais e depois daquela última onda dele ficou difícil para mim porque não entrou mais onda na bateria. Mas, estou feliz em disputar uma final paraibana aqui na Bahia. Eu não imaginava que pudesse chegar na final, porque não estou bem fisicamente e agora estou na briga pelo título de novo”, falou Fabinho, que estava tomando anti-inflamatórios para poder competir.

“Estou com dores nas costas e não sabia se ia agüentar a dor, mas depois da primeira bateria parece que a coluna encaixou no lugar e fui passando as baterias. Mesmo mal fisicamente, esses dias todos competindo já serviram para dar uma malhada boa, porque a onda é longa, a remada é grande e estou amarradão por ter chegado na final”, contou Fabinho, que passou um sufoco para superar o baiano Crhistiano Spirro nas semifinais. “Essa foi a bateria mais difícil para mim, porque tudo parecia já definido a meu favor. Mas, ele pegou uma onda muito boa no final e ficou aquele suspense de quanto seria a nota dele. Felizmente ele não conseguiu os pontos para virar e na final o Jano quebrou a bateria, mas tudo bem, ficou em casa, deu Paraíba na cabeça”, comemorou Gouveia.

Mesmo ganhando favoritismo com sua segunda final no SuperSurf 2005, pois venceu a que abriu a temporada na Praia do Rosa, em Imbituba (SC), ele prefere não criar expectativas. “Vou para Ubatuba no mesmo esquema que vim para cá. A única diferença é que vou me preparar melhor fisicamente, mas sem pressão nenhuma, se rolar rolou, se for para eu ser campeão brasileiro ótimo, mas seja o que Deus quiser. Aqui as coisas foram acontecendo e na final faltando 2 minutos o Jano virou em cima de mim, não veio mais onda, sei lá, tudo pode acontecer”, falou um dos maiores ídolos da história do esporte.

O soteropolitando Crhistiano Spirro colocou o Brasil no pódio, porém não se conformou com a derrota para Fábio Gouveia na semifinal. Ele pegou uma ótima onda no finalzinho da bateria precisando de 7,93 pontos para reverter o resultado, mas os juízes deram nota 7,83 e o paraibano seguiu em frente com um apertado placar de 13,70 x 13,60 pontos.

“Essa parada dos juízes verem o vídeo eu sou contra. Eles param, analisam, volta, vê de novo e aí a nota sai muito igual. Prefiro que a nota saia na hora e acho que se fosse assim eu teria conseguido os pontos que precisava, mas fazer o quê. Mesmo assim, estou feliz por ter representado bem a Bahia aqui na nossa casa”, falou Spirro, muito chateado.

FINAL FEMININA – Na grande final feminina, a cearense Silvana Lima também saiu frustrada do mar, pois seu grande objetivo era conquistar a terceira vitória na temporada para praticamente garantir a conquista do bi brasileiro por antecipação. “Não consegui surfar bem aqui nenhuma bateria e a Alcione mereceu a vitória. Vamos ver lá em Ubatuba, onde a onda é bem mais perfeita. Acredito que vai ser show de surfe lá e vou com tudo para tentar ser bicampeã nessa última etapa, pois no ano que vem estarei mais concentrada para tentar representar bem o Brasil no meu primeiro ano no WCT”, falou Silvana.

Assim como Fábio Gouveia no masculino, ela também não participou da segunda etapa do SuperSurf 2005 na Praia de Maresias, em São Sebastião (SP), somará todos os pontos em Ubatuba e já vai estrear defendendo a liderança do ranking. Além dela e da nova número 1, Alcione Silva, que igualou o número de duas vitórias na temporada da cearense, também ainda têm chances matemáticas a ubatubense Suelen Naraísa e a niteroiense Juliana Guimarães, que dividem o segundo lugar no ranking.

“Deus tem olhado por mim, vem iluminando meu caminho e vou com tudo para tentar o título brasileiro na última etapa. Sei que a Silvaninha é a favorita, surfa muito, mas eu vim para cá muito concentrada para vencer, com o apoio do meu técnico Pedro, que não tem nem 1 ano que a gente está trabalhando junto e os resultados estão aí”, falou Alcione Silva, que venceu as etapas de São Sebastião (SP) e da Costa do Sauípe (BA), enquanto Silvana Lima levou as de Imbituba (SC) e Saquarema (RJ).

“A final foi muito difícil. Achei que os juizes deram uma nota muito alta na melhor onda dela – 7,17 – mas graças à Deus eu consegui dar o troco logo em seguida e acho que vou continuar sendo iluminada por Ele lá em Ubatuba também para eu conseguir ser campeã brasileira, que é um título que eu venho batalhando há muito tempo e tomara que tenha chegado a minha hora”, deseja Alcione Silva, que ganhou o confronto final por décimos de diferença: 12,57 x 12,17 pontos. Pela vitória no SuperSurf da Costa do Sauipe, a surfista natalense que mora no Rio de Janeiro faturou o prêmio máximo de 6.000 reais, enquanto a vice-campeã Silvana Lima ficou com 2.900 reais.

O SUPERSURF 2005 é organizado pela Editora Abril e ABRASP (Associação Brasileira de Surf Profissional) e tem como patrocinadores a Volkswagen, a TIM e as Sandálias Havaianas, além do apoio da Onbongo, Revista Fluir e Waves/Terra. Esta quarta e penúltima etapa também contou com o apoio da Costa do Sauípe, da Prefeitura Municipal de Mata de São João, da Rádio Transamérica FM e da Federação Baiana de Surf. A competição foi transmitida pelo Sportv e pelo site www.supersurf.com.br

SUPERSURF 2005 – 4 etapas

Top-16 do Ranking Brasileiro de 2005
01: Beto Fernandes (SP) – 2.370 pontos
02: Flávio Costa (BA) – 2.340
03: Jano Belo (PB) – 2.320
04: Fábio Gouveia (PB) – 2.260
05: Wagner Pupo (SP) – 2.230
06: Leonardo Neves (RJ) – 2.160
06: Crhistiano Spirro (BA) – 2.160
08: Marcelo Trekinho (RJ) – 2.120
09: Daison Pereira (RS) – 2.110
10: Yuri Sodré (RJ) – 2.030
10: Jihad Kohdr (PR) – 2.030
12: Odirlei Coutinho (SP) – 2.020
13: Renato Galvão (SP) – 1.910
13: Pedro Muller (RJ) – 1.910
15: Jojó de Olivença (BA) – 1.900
16: Maicon Rosa (PR) – 1.810

Top-10 do Ranking Feminino 2005
01: Alcione Silva (RN) – 2.970 pontos
02: Suelen Naraisa (SP) – 2.930
02: Juliana Guimarães (RJ) – 2.930
04: Silvana Lima (CE) – 2.860
05: Francisca Pereira (SP) – 2.570
06: Taís de Almeida (RJ) – 2.450
07: Yries Pereira (ES) – 2.400
08: Luana Prado (SP) – 2.120
09: Juliana Quint (SC) – 2.060
10: Andréa Lopes (RJ) – 1.970

João Carvalho – Assessoria de Imprensa do Super Surf 2005 – (48) 9972-7804 – joaocarvalho@matrix.com.br

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