O ex-subprocurador do município de Ilhéus e atual presidente da Fundação Universidade Livre do Mar e da Mata (Maramata), Jerbson Moraes, acusa o vereador Zerinaldo Sena de ter feito uma articulação para derrubar o prefeito Valderico Reis, tendo como incentivadores os ex-secretários de Administração, Ozéias Gomes, e de Agricultura, Interior e Pesca, Jorge Viana. Ele garante que as gravações apresentadas à Polícia Federal provarão a sua inocência, pois “em nenhum momento houve oferta de propina a vereadores em Ilhéus”.

Moraes assegura que jamais ocorreu qualquer tipo de relação “ilegítima” entre o governo municipal e a Câmara de Vereadores. “O que sempre fizemos foram acordos políticos normais, até mesmo envolvendo cargos, mas nunca oferta de dinheiro”, afirma. Ele diz que o vereador Zerinaldo Sena, na tentativa de atingir o prefeito de Ilhéus, comprometeu a imagem “de uma Câmara de Vereadores que tem uma das melhores composições já verificadas na história do município”. O presidente da Maramata frisa que estará à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, assim que estiver de posse das gravações feitas por Zerinaldo. “Elas são a maior prova de minha inocência, pois estou com a consciência tranqüila, já que não cometi qualquer irregularidade”. O vereador ainda não apresentou as fitas à Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada pela Câmara para apurar os fatos. Existem suspeitas quanto à autenticidade do material e até mesmo a sua utilização como prova é questionada. “O que houve verdadeiramente foi uma simulação por parte do senhor Zerinaldo, que durante todo o tempo conduziu a conversa para o assunto dinheiro, sem que tenha havido qualquer manifestação de minha parte nesse sentido”, defende-se Moraes.

O presidente da Maramata, que é advogado e vice-presidente do Rotary Club, apresenta seu histórico profissional como prova de idoneidade. Jerbson Moraes formou-se em Direito no ano 2000, aos 27 anos. Logo em seguida, foi aprovado no exame da OAB e iniciou o exercício da advocacia, em um escritório montado na sala da própria casa. Cinco anos depois, com uma atuação de destaque, conseguiu ser um dos advogados mais requisitados de Ilhéus, já tendo atuado em mais de 1.000 processos. É especialista em legislação eleitoral, tendo obtido êxito em todas as ações que patrocinou nas últimas eleições municipais. No ano passado, ele também foi aprovado num concurso para procurador da Infraero.

HISTÓRIA DE VIDA

“Tenho uma história de vida que nega qualquer possibilidade de envolvimento em falcatruas e esquemas ilícitos. Estou sendo vítima de políticos acostumados às negociatas, mas não tenho medo de nenhum deles”, declara. O presidente da Maramata também afirma desafiar “qualquer pessoa a provar que ele teve envolvimento em oferta de propina a vereadores. “Um homem como Zerinaldo Sena que, quando era presidente da Câmara, foi processado por abandonar a própria mãe à miséria, é capaz de tudo”, afirma.

Moraes se refere ao processo de número 20035859-6, em que a mãe de Zerinaldo, Dona Leolina Marcolina de Souza, buscou obter recursos para atender “necessidades indispensáveis à sua subsistência”. A mãe do vereador havia sofrido um derrame e suplicava, inclusive, que o filho pagasse os remédios de que precisava. Zerinaldo Sena foi condenado nesta ação a destinar 30% de sua remuneração para garantir a sobrevivência de sua mãe.

“Estou certo de que toda a verdade virá à tona e a sociedade de Ilhéus vai poder julgar quem eu sou e quem são o senhor Zerinaldo Sena e o grupo de conspiradores que se reuniram para atacar a mim e ao governo”, salienta. Moraes afirma confiar “no trabalho sério do Ministério Público e da Câmara de Vereadores para punir os verdadeiros culpados e afastar aqueles que tentaram manchar a imagem da Casa”.