Acompanhadas do coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Ilhéus e Itabuna (Sintesi), Raimundo Santana, três funcionárias do Hospital Santa Isabel (Telma Badaró, Maria José dos Santos e Marlene Paula Reis Santos) estiveram ontem na redação do Agora para denunciar o que consideram “situação de falência” do hospital. “O funcionalismo está com seis meses de salários em atraso, há muito tempo não é feito o depósito de INSS e o sucateamento é total, falta tudo, do oxigênio ao plantonista”, afirma Raimundo Santana. Ele destaca que o hospital já chegou a faturar mensalmente cerca de R$ 160 mil reais e hoje o faturamento caiu para uma média de R$ 12 mil a R$ 15 mil mensais. “É o resultado da absoluta falta de competência da atual direção, que, além de perseguir ferozmente os funcionários, faz um gerenciamento simplesmente desastroso”, enfatiza.
Para ilustrar o que considera “tratamento desrespeitoso” dos diretores do hospital em relação aos funcionários, Telma Badaró diz que a greve de um dia realizada em fevereiro provocou apenas uma reação de deboche: “Eles disseram que peão pára um dia e trabalha dobrado no outro”, recorda. Ainda de acordo Telma, os funcionários retornaram ao trabalho e em abril fizeram nova paralisação. “Daquela vez paramos durante 45 dias e a reação da diretoria do hospital, como sempre, foi de confronto, ao invés de diálogo”, recorda, ressaltando que houve até tentativa de expulsá-los do hospital. “A verdade é que essas duas senhoras não têm a humildade de reconhecer que não têm a mínima condição de administrar um hospital do porte do Santa Isabel e a insistência delas em permanecer à frente da diretoria está provocando essa situação caótica”, garante Telma Badaró.
Fazendo coro às queixas de Telma, a funcionária Marlene Paula Reis Santos cita um episódio que, segundo ela, mostra o clima de terror implantado no Santa Isabel. “Por ter feito um simples comentário a respeito da venda de um terreno feita por dona Raimunda Malagutti, um motorista foi rebaixado à condição de servente e sumariamente demitido pouco depois”, afirma Marlene, fazendo um apelo: “A nossa situação é dramática, pois além do atraso de salários e da falência do hospital, as humilhações a que nos submetem são constantes. É preciso que alguma solução seja encontrada”.
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