Funcionários denunciam “caos” no Santa Isabel

Sem receber salários há seis meses e presenciando a decadência crescente do hospital, servidores protestam contra diretoria

Acompanhadas do coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Ilhéus e Itabuna (Sintesi), Raimundo Santana, três funcionárias do Hospital Santa Isabel (Telma Badaró, Maria José dos Santos e Marlene Paula Reis Santos) estiveram ontem na redação do Agora para denunciar o que consideram “situação de falência” do hospital. “O funcionalismo está com seis meses de salários em atraso, há muito tempo não é feito o depósito de INSS e o sucateamento é total, falta tudo, do oxigênio ao plantonista”, afirma Raimundo Santana. Ele destaca que o hospital já chegou a faturar mensalmente cerca de R$ 160 mil reais e hoje o faturamento caiu para uma média de R$ 12 mil a R$ 15 mil mensais. “É o resultado da absoluta falta de competência da atual direção, que, além de perseguir ferozmente os funcionários, faz um gerenciamento simplesmente desastroso”, enfatiza.

Funcionária do Santa Isabel há quase 15 anos, Telma Badaró é taxativa: “Nunca vi uma situação como esta que estamos vivendo agora”. Ela salienta que os funcionários estão passando por todo o tipo de privações e já não sabem mais a quem apelar. “A direção do Santa Isabel é totalmente insensível aos nossos apelos e não tem a mínima condição para dirigir o hospital”, sustenta, destacando que as contas de água, telefone e os credores do Santa Isabel não são pagos há muitos meses. Ainda de acordo com Telma Badaró, Raimunda Malagutti, presidente da Associação das Senhoras de Caridade e diretora do hospital, e Joana Pimenta, tesoureira, além de não honrarem os compromissos com os credores, tentam enganar o funcionalismo com promessas que jamais cumprem e simplesmente se recusam a dialogar com os servidores.
Para ilustrar o que considera “tratamento desrespeitoso” dos diretores do hospital em relação aos funcionários, Telma Badaró diz que a greve de um dia realizada em fevereiro provocou apenas uma reação de deboche: “Eles disseram que peão pára um dia e trabalha dobrado no outro”, recorda. Ainda de acordo Telma, os funcionários retornaram ao trabalho e em abril fizeram nova paralisação. “Daquela vez paramos durante 45 dias e a reação da diretoria do hospital, como sempre, foi de confronto, ao invés de diálogo”, recorda, ressaltando que houve até tentativa de expulsá-los do hospital. “A verdade é que essas duas senhoras não têm a humildade de reconhecer que não têm a mínima condição de administrar um hospital do porte do Santa Isabel e a insistência delas em permanecer à frente da diretoria está provocando essa situação caótica”, garante Telma Badaró.
Fazendo coro às queixas de Telma, a funcionária Marlene Paula Reis Santos cita um episódio que, segundo ela, mostra o clima de terror implantado no Santa Isabel. “Por ter feito um simples comentário a respeito da venda de um terreno feita por dona Raimunda Malagutti, um motorista foi rebaixado à condição de servente e sumariamente demitido pouco depois”, afirma Marlene, fazendo um apelo: “A nossa situação é dramática, pois além do atraso de salários e da falência do hospital, as humilhações a que nos submetem são constantes. É preciso que alguma solução seja encontrada”.

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