UTI da Santa Casa precisa de recursos

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São José, da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, está ameaçada de fechar outra vez, por falta de recursos. Reaberta em 18 de junho passado, após ficar cinco meses fechada, a unidade, segundo o diretor médico do hospital, Carlos Lira, não recebeu os R$ 30 mil que a prefeitura prometeu para manutenção e pagamento do corpo clínico.
Lira destaca que, para reabrir, a UTI teve apoio do governo do Estado, que doou novos equipamentos. Além disso, contratou médicos, enfermeiros, fisioterapeuta e psicólogo, que seriam pagos com a ajuda da prefeitura. “Essa foi a contrapartida mensal do município para manter uma UTI em funcionamento, com remédios em estoque e uma equipe em plantão permanente”, diz o diretor.

Vencido o primeiro mês, Lira diz não ter condições de pedir ao corpo clínico que trabalhe sem receber. Desde a reabertura, os seis leitos da unidade foram 70% ocupados por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa 130 diárias, e pouco mais de R$ 8 mil. “Remuneração muito baixa, porque a UTI ainda não é reconhecida pelo Ministério da Saúde, por isso o leito tem valor de enfermaria comum.

“Uma UTI com seis leitos não funciona com menos de R$ 50 mil mensais”, avalia o diretor, que pensava pagar os profissionais com a ajuda da prefeitura e ainda ficaria com cerca de R$ 2 mil para repor os medicamentos que faltassem. Por isso, encaminhou o pedido de complementação à Secretaria Municipal da Saúde, através do Conselho Municipal de Saúde. Em maio, o prefeito Valderico Reis se comprometeu a repassar por mês R$ 30 mil.

O pedido virou projeto de lei aprovado pela Câmara, mas, quase 45 dias depois de reaberta a UTI, o convênio não foi formalizado para que o município possa repassar os recursos. Na secretaria, a informação é de que a lei já foi sancionada pelo prefeito e que a liberação dos recursos depende do Conselho Municipal de Saúde, que se reuniu, ontem, para deliberar sobre a questão.

ANA CRISTINA OLIVEIRA
A TARDE

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