Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 27 de julho, não houve indícios de redução da taxa básica de juros para o próximo mês. Mesmo com a queda da inflação, tudo indica que a taxa será mantida no patamar que está, o que pode prejudicar o comércio. O Copom decidiu, por unanimidade, manter a meta para a taxa Selic em 19,75%.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL), Paulo Ganem, lamenta a decisão. “Quanto maior for a insistência da política econômica em manter os juros altos, mais os setores produtivos e, principalmente o varejo, serão prejudicados”, afirmou.

Com quedas confirmadas nos principais índices econômicos, como IPCA, IGP-DI e IPC-BR, a CDL defende que havia a possibilidade de uma queda na taxa Selic, desde a última reunião. “O comércio está crescendo em comparação ao ano passado, mas este processo já está em desaceleração, diz Ganem. Ainda segundo ele, se o governo demorar mais para baixar a taxa de juros, “não só o segundo semestre estará comprometido, como também corremos o risco de que isto aconteça no próximo ano”.
As vendas no comércio varejista aumentaram 0,4% em maio, segundo dados do IBGE dessazonalizados pelo Banco Central, fazendo a expansão acumulada em 2005 alcançar 4,5%. Em linha com o comportamento observado da atividade industrial, o setor de móveis e eletrodomésticos apresentou a maior expansão no mês. Depois de três recuos consecutivos, estes setores registraram patamar similar ao observado no início do ano, quando a série atingiu o seu máximo histórico. No entanto, os demais setores que compõem o indicador do comércio varejista registraram retração no volume.
O Copom voltará a se reunir no dia 16 de agosto para as apresentações técnicas e, no dia seguinte, para deliberar sobre a política monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado 12.631, de 29.10.2004.