Brasil se mantém em 9º em poder de compra

O Brasil manteve sua posição como a nona maior economia do mundo em 2004, segundo critérios do Banco Mundial, com dados atualizados. O país registrou essa posição nos dois últimos anos no ranking elaborado a partir da paridade do poder de compra, que cancela os efeitos das taxas de câmbio entre os países.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil foi de 1,48 trilhão de dólares internacionais, usados para esse tipo de comparação. O país ficou à frente do México, que ficou na 12ª posição com um PIB de 1,01 trilhão de dólares internacionais.
Na semana passada, o Banco Mundial havia divulgado o ranking das maiores economias do mundo em dólares, comparação na qual o Brasil subiu uma posição em 2004 e ficou em 14º lugar. Esse ranking é feito simplesmente convertendo o PIB em moeda local para dólares, usando uma taxa média de câmbio do ano.
Nesse caso, porém, a valorização do real ante o dólar ao longo de 2004 pode ter “inflado” o PIB em dólares do Brasil.

A maior economia do mundo no ranking que usa paridade do poder de compra é a dos Estados Unidos, com PIB de 11,63 trilhões de dólares internacionais, seguida pela China, com 7,12 trilhões. No ano passado, a França, que estava no 6º lugar do ranking no ano anterior, caiu uma posição e foi ultrapassada pelo Reino Unido.

Entre os países para os quais há dados disponíveis, o que tem a menor economia é a pequena Dominica, na América Central, com PIB de apenas 401 milhões de dólares internacionais.

Per capita

Na comparação do PNB per capita (Produto Nacional Bruto dividido pelo número de habitantes do país), porém, o Brasil ficou na 86ª posição em 2004, na mesma posição que ocupava em 2003.

O PNB per capita do brasileiro é de 8.020 dólares internacionais, uma pequena melhora em relação a 2003, quando era de 7.480.

Outros países latino-americanos, no entanto, melhoraram suas classificações: a Argentina, por exemplo, passou do 71º lugar para o 66º, e o Chile, do 76º para o 75º.

“Outros países emergentes cresceram mais rápido que o Brasil, e isso se reflete no resultado do PNB per capita”, diz Ricardo Carneiro, professor do Instituto de Economia da Unicamp.

Já no ranking dos PIBs dos países usando a paridade do poder de compra, a posição do Brasil não se alterou porque é difícil que isso aconteça de um ano para outro, segundo o economista. “Como esse é um dado real, ele só muda se o PIB cair muito ou se o país crescer muito rapidamente”, explica Carneiro. No ano passado, a economia brasileira cresceu 4,9%; a média mundial foi de 3,8%, segundo o Banco Mundial.

O país com o maior PNB per capita é Luxemburgo, com 61.220 dólares internacionais. O país tem apenas 450 mil habitantes. Já o país com o menor PNB per capita, de 620 dólares internacionais, é Maláui, na África. Em 2003, o país com menor PNB per capita era Serra Leoa, também na África.

PAULA LEITE
Folha de S.Paulo

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