ILHÉUS, SIMPLESMENTE PARADISÍACA

O feriadão que começou com os festejos juninos e se prolongou até 28 de junho, aniversário de 471 anos de fundação e 124 de emancipação política, foi aproveitado por filhos da terra e visitantes das mais variadas formas. Muitos dirigiram-se a Olivença e curtiram a programação festiva com bandas, concurso de quadrilhas, bebidas e comidas típicas, e mesmo com o tempo estando nublado com chuvas passageiras, ainda deu para curtir uma praia no início do inverno. Os distritos e vilas do município foram invadidos por pessoas que buscavam a tranqüilidade e tradição nas festas de junho, testemunha ocular da comemoração na histórica vila de Rio do Engenho, fomos recebidos por um descendente legítimo do Governador geral do Brasil Colônia , Mém de Sá, dono da sesmaria de Santana, maior engenho de cana-de-açúcar da época, chegando a contar com 9 mil escravos, Iga de Sá, que a pouco tempo comprou a ilha shangrilá, reescrevendo o nome da família na localidade séculos depois.

Na outra margem do Rio Santana, a fazenda da família Marom, que foi uma das mais conhecidas de Ilhéus na fase áurea dos frutos de ouro, imortalizada nos romances de Jorge Amado, um grupo de jovens da cidade acamparam e com muita alegria e descontração fizeram um São João atípico, reunimos os grupos e fomos confraternizar com os moradores da vila, onde bares e ruas estavam tomados de animação, em volta da fogueira podia-se ouvir antigas estórias locais enquanto o arrastapé dos casais ao som do xote de Luiz Gonzaga jogava poeira pra cima, regados a muito licor, fomos convidados a percorrer mais uns quilômetros via estrada de barro e visitar a fazenda da família Portela, chegamos montados, em cavalos da modernidade, estacionamos as motos e podemos perceber que várias famílias de Ilhéus estavam hospedadas e desfrutando da invejável anatomia da natureza do local, licor, fogueira, milho assado, bandeirolas e roupas típicas faziam parte do arraiá. Após um longo e prazeroso giro pelo município, com caminhadas, motos, carros e barcos, constatamos que o povo ilheense tem no sangue a alegria impreguinada com a miscigenação que formou nossa gente, e mesmo passados 471 anos da chegada dos europeus por aqui, ainda preservamos grande parte das matas e mangues, das tradições indígenas, claro que adaptadas e misturadas com a cultura negra vinda da África com os escravos.
Dando continuidade ao feriadão, no domingo ao som de muito rock e cerveja gelada, na Av. Lomanto Júnior, principal do bairro do Pontal, aniversariou um paulista, que foi agraciado muitos anos atrás quando seu pai foi transferido para administrar as exportações de cacau de uma grande multinacional, vindo assim morar em Ilhéus, terra em que cresceu, fez amigos e constituiu família, ofertando-os uma feijoada a lá “Paulista”.
Na segunda, bandas se apresentaram na Av. Soares Lopes, muitos fogos de artifício deram o show pirotécnico, iluminando a catedral de São Sebastião, na terça-feira, 28 de junho, alvorada festiva, missas durante todo o dia e mais shows musicais ratificaram mais uma comemoração do aniversário de São Jorge dos Ilhéus.

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