A informação é do relatório World Wealth Report 2005, divulgado nesta quinta-feira, segundo o qual a riqueza acumulada passou para US$ 30,8 trilhões, 8,2% a mais do que em 2003.
Nesse ano, o total de milionários aumentou 6,3%, para 300 mil na América Latina, região onde a riqueza em mãos privadas aumentou em 7,9%, para US$ 3,7 trilhões.
O relatório considera milionário quem tem um patrimônio em ativos financeiros maior que US$ 1 milhão; “milionários médios”, quem tem entre US$ 5 milhões e US$ 30 milhões; e “ultra-ricos”, quem tem mais de US$ 30 milhões.
No ano passado, cerca de 7,45 milhões de pessoas conseguiram acumular uma riqueza de entre US$ 1 milhão e US$ 5 milhões, 745 mil entre US$ 5 milhões e US$ 30 milhões e apenas 78 mil foram consideradas “ultra-ricas”.
No total, os milionários representam apenas 0,2% da população mundial, mas acumulam uma riqueza equivalente a 25% de todo o dinheiro disponível em mãos particulares no mundo.
Na África, o número de milionários aumentou 13,7%, para 100 mil pessoas; na América do Norte, 9,7%, para 2,7 milhões; no Oriente Médio, 9,5%, para 300 mil; na Ásia Pacífico, 8,2%, para 2,3 milhões, e na Europa, 4,1%, para 2,6 milhões.
Nos EUA, por sua vez, o número de milionários aumentou 9,9%, para 2,5 milhões de pessoas, e no Canadá o crescimento foi de 8,3%, para 217 mil, o que permitiu que a América do Norte superasse pela primeira vez a Europa no número de milionários.
A região também superou a Europa no total de dinheiro acumulado, graças a um aumento de 10,2%, para US$ 9,3 trilhões, contra o aumento de 3,7%, para US$ 8,9 trilhões, na Europa.
O relatório afirma que o baixo crescimento econômico das maiores economias européias (França, Alemanha e Itália) e problemas de desemprego e altos impostos na região fizeram a taxa de crescimento da riqueza e do número de milionários na Europa crescer menos do que nos EUA.
A riqueza em mãos privadas no Sudeste Asiático aumentou 8,5%, para US$ 7,2 trilhões; no Oriente Médio, 28,9%, para US$ 1 trilhão; e na África, 17,3%, para US$ 700 bilhões.
Junto com os países desenvolvidos, o relatório destaca o papel desempenhada pelas economias chamadas Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Nestes quatro países se concentram 41% da população mundial e se geram 8% da riqueza que se movimenta no mundo, e segundo a empresa de investimentos Goldman Sachs em 2040 serão economias mais poderosas do que as do G7.
O Brasil aumentou o número de milionários em 7,1%, para 98 mil pessoas; a China, em 4,3%, para 300 mil; a Índia, em 14,6%, para 70 mil; e a Rússia, 4,2%, para 88 mil.
Com relação aos ativos, o relatório identificou uma maior cautela por parte dos milionários, que reduziram a percentagem de dinheiro investido em ações em 1% e que aumentaram a proporção de títulos de renda fixa em 2% .
Para este ano, o relatório espera que a economia mundial cresça cerca de 3%, o que deverá repercutir no ritmo de criação de riqueza e de aumento do número de milionários.
Para os próximos cinco anos, o estudo prevê que a riqueza acumulada pelos mais ricos do mundo aumentará a uma taxa anual de 6,5%, até chegar a US$ 42,2 trilhões em 2009.
O World Wealth Report é compilado anualmente pelas empresas de consultoria Merrill Lynch e Capgemini Group.
Agência EFE